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Review – Star Trek Dicovery: Temporada 1

Não é de hoje que a industria do entretenimento, tenta trazer aos tempos atuais toda a glória de Star Trek. Seja no cinema, com o nosso eterno Capitão James T. Kirk sendo interpretado por Chris Pine, a frente da icônica USS Enterprise, ou nas telinhas em uma parceria entre CBS e Netflix com Star Trek: Discovery.

Desde sua estreia no serviço de streaming, Discovery vem dividindo opiniões, entre os que amaram e os que simplesmente acharam um desserviço a série clássica, a verdade é que não seria lógico interpretar a série de maneira radical. São tempos diferentes, e a busca por uma nova abordagem nem sempre vai agradar velhos fãs do produto. Logo de inicio é importante dizer que em toda sua primeira temporada, Discovery flerta com elementos da série dos anos 60. Mas apenas flerta, o novo produto foca sua história 10 anos antes do Capitão Kirk, Spock e sua tripulação iniciarem a jornada pelo espaço, a fronteira final, e aqui o período percorrido envolve muito mais da guerra contra os Klingons, do que uma viagem exploratória e em busca de conhecimento.

Algumas apostas são extremamente assertivas, de maneira geral não existe uma tripulação fixa para resolver os problemas que o roteiro impõe, existe apenas alguns bons personagens que, apesar de suas limitações, tem que imaginar a melhor forma de contornar o problema. Pela primeira vez também, o personagem principal não é um capitão. Star Trek sempre caminhou  na vanguarda de seu tempo, uma vez que a série retratava um mundo ideal, onde a sociedade como um todo superou suas barreiras e coexiste de maneira extremamente harmoniosa, tendo isso em mente, ainda que nos anos 60, a série foi a primeira a retratar um beijo interracial na TV, protagonizado entre William Shatner e Nicheli Nichols, tão logo era de se esperar que a série continuasse a quebrar barreiras e paradigmas, dando o protagonismo da história para Sonequa Martin-Green, que interpreta Michael Burnham, ainda cercada por um forte elenco multiétnico e sem medo de abordar, de maneira simples e natural, temas considerados tabus, como orientação sexual.

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Star Trek: Discovery ganha ainda alguns pontos quando analisamos o todo. Em 15 episódios, a série mantem uma crescente, no que diz respeito a seu ritmo, levando o espectador a sentar na pontinha da poltrona em seus capítulos finais. Por outro lado, na tentativa de chegar aos fãs mais “experientes” do produto, a série peca em jogar fora tramas que poderiam render bem mais do que apenas um episódio, a resolução rápida e corrida, teve o efeito oposto na “velha guarda” gerando ainda mais burburinho sobre a qualidade do roteiro. Ainda tocando nesta questão, o plot principal da série foca na guerra, fato que acaba indo contra os preceitos da série original, a paz e a busca por conhecimento. Mas se em um primeiro momento a atmosfera sombria e a movimentação bélica “ofende” o legado da franquia, basta um olhar mais apurado para saber o que esta acontecendo. A guerra é apenas a camada superior de Star Trek: Discovery, muitas descobertas cientificas, ainda servem de base para as aventuras que virão. Além disso, é preciso sempre lembrar que este é um produto para uma nova geração, que infelizmente se vê mais atraída pela ação do que pela ficção cientifica.

Comparações com séries próximas, como The Orville, ou mesmo com temporadas clássicas do seriado dificilmente serão feitas sem cair no abismo chamado “gosto pessoal”. Verdade é que Star Trek: Discovery tem sim muito potencial, não apenas como peça integrada do cânon da franquia, mas também como um indicador para que a nova geração conheça esta clássica série tão amada pelo fãs. Vale lembrar ainda, que o segundo ano tem estreia marcada para hoje, dia 17 de janeiro. E com ele, os fãs podem esperar muito mais do que um flerte com os áureos tempos, pois a promessa dos produtores é de um estreitamento muito mais elaborado, um dos primeiros passos para isso é a inserção de dois velhos conhecidos dos fãs, Anson Mount, interpretando o Capitão Christopher Pike e Ethan Peck, dando vida ao jovem Spock. Valerá muito a pena conferir.

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