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Review – Black Sails

Pirataria, vilania, perversidade e aventura. Elementos recorrentes na cultura pop que normalmente proporcionam uma grande história a ser contada. Em Black Sails isso não é diferente.

A minissérie, produzida por Michael Bay, serve como prelúdio para um clássico da literatura infanto-juvenil, A Ilha do Tesouro de Robert Louis Stevenson. Esqueça o peculiar Capitão Jack Sparrow e sua trupe de aventureiros, aqui iremos acompanhar os mais vis piratas dos sete mares como, o temível Capitão Flint (Toby Stephens), o safo John Long Silver (Luke Arnold) e o sanguinolento Capitão Charles Vane (Zach McGowan), todos em uma grande história regada a mentiras, traições, sangue, sexo e palavrões.

A primeira temporada da série, conta com um tom mais básico. Com apenas oito episódios, Black Sails trata logo de apresentar seus famosos personagens, onde eles vivem, ou neste caso “aportam” e quais suas motivações, e se tratando de piratas é lógico que a grande motivação aqui teria de ser um gigantesco tesouro. Para um primeiro ano, a série cumpre bem seu papel, após uma após um final de temporada realmente muito bom, era de se esperar que a renovação viesse.

Para que o segundo ano desse certo, a receita era simples, manter o ritmo e a qualidade da produção já bastaria. Entretanto é aqui que a série vai além, fugindo da “manjada” busca ao tesouro, passamos a contemplar quase uma versão tropical de Game of Thrones com uma trama mais complexa, grandes reviravoltas, segredos sendo revelados e até pessoas voltando do mundo dos mortos.

Talvez o maior acerto da série, em seu último ano, tenha sido o desenvolvimento de seus personagens. Já sabemos quem é o Capitão Flint hoje, mas descobrir como era sua vida antes e os caminhos que ele trilhou para chegar até aqui é uma grande história contada com maestria. Todo o desenvolvimento de John Silver também ganha destaque, afinal este é um dos mais importantes personagens do livro, todos que leram sabem de seu destino e suas peculiaridades e descobrir como ele se tornou aquele homem é mais uma experiência incrível.

Black Sails ganha pontos extras quando trata de assuntos polêmicos. Personagens homossexuais podem ser vistos em diversas outras séries por aí, mas o destaque aqui vai para a realidade das consequências em se assumir gay em um ambiente cercado de piratas, neste quesito a série mostra uma das melhores histórias daquele famoso “amor livre”, vale a pena conferir. Ainda temos todo um discurso de igualdade entre os sexos, corrupção da coroa inglesa, visão de liberdade e por aí vai. Uma série com um subtexto riquíssimo.

Você pode acompanhar a primeira e a segunda temporada de Black Sails no Netflix, a terceira temporada já está em exibição na tv americana no canal Starz. O quarto ano da série está em produção e deve ser lançado na metade de 2017.

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