Resenha: Raio Negro – Episódio I
Enfim chegou ao catálogo da Netflix, o primeiro capítulo da nova série de super-herói da DC Comics, Raio Negro. Apesar de compartilhar o mesmo produtor de outras obras como Flash e Arrow, Greg Berlanti, se esforça para fugir da sua zona de conforto e produz uma material que pega pesado em diversas críticas sociais.
Ao contrário do que se esperava, o primeiro episódio, Ressurreição, narra a história de um herói aposentado tentando levar uma vida fora do combate ao crime. Aqui Raio Negro foi um herói que divide até hoje a opinião pública, tendo aqueles que acreditavam que o vigilante lutava pelo povo menos favorecido da cidade de Freeland, e aqueles que viam no personagem, apenas mais um mascarado fazendo justiça com as próprias mãos. Após nove anos sem usar seus poderes, sua filha acaba se envolvendo com uma perigosa gangue, fato que força o pacato diretor escola a voltar á ação. Aqui vale ressaltar a valorização que o roteiro da a vida pessoal do herói, mesmo longe do combate ao crime, Jefferson Pierce (Cress Willians), decide ajudar a comunidade como diretor do Colégio Garfield, onde é extremamente respeitado por suas conquistas acadêmicas.
Com Raio Negro, é nítido que a DC explora um lado mais crítico – social, logo nos primeiros minutos de série, é possível ver um pai de família sendo parado pela policia e confundido com um suspeito, apenas por ser negro. Em outros diálogos ainda podemos conferir a reprovação de ações bem usuais do governo americano em colocar detectores de metais nas portas das escolas públicas. Ações que mais prejudicam a formação do jovem, do que protegem. Afinal, se você é tratado como um marginal, é fácil começar a agir como um.
Se podemos citar um ponto negativo, é a escolha da modernização do uniforme. Em certo momento somos apresentado ao uniforme antigo do herói, uma nítida referência aos quadrinhos. Mas na hora demostrar o novo, tudo parece meio cafona. Muito led, luzes e uma armadura que visivelmente limita muito a movimentação do ator. Já os efeitos especiais, compensam de londe a falta de elegância do uniforme. Tudo muito bem feito.
Em suma, esta nova série é um bom respiro para quem já tinha um pé atrás, com um formato procedural excessivamente chato e repetitivo, principalmente em produtos como Arrow, que custou muito a se reinventar. Aqui, parece que teremos um produto novo, que não necessariamente vai explorar assuntos inéditos, afinal, muitos vão notar algumas semelhanças com Luke Cage por exemplo, culpa da visão limitada que se tem na hora de abordar temáticas deste tipo, mas ainda assim, é algo novo para a DC na Televisão, algo que pode sim dar certo.