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Crítica – Demolidor 2ª temporada

Enfim tivemos a estreia da aguardada segunda temporada de Demolidor, série produzida em parceria com a Netflix, que vem cada vez mais encontrando seu lugar no disputado universo de adaptações da Marvel.

A primeira e impecável temporada, garantiu à série um esperado segundo ano, e a produção não nos decepcionou. Desta vez ainda somos apresentados a dois dos mais sanguinolentos personagens da Casa das Ideias, o Justiceiro, vivido aqui por Jon Bernthal e Elektra Natchios, interpretada por Elodie Yung. A história segue, quase que diretamente, os acontecimentos do ano anterior, mostrando a Nelson & Murdock tentando sobreviver após os eventos que envolviam Wilson Fisk. O primeiro grande problema surge quando o Demolidor tem de enfrentar um violento justiceiro, que está dizimando as piores gangues da Cozinha do Inferno.

O conflito moral entre Matt Murdock e Frank Castle, serve também como background para o novo personagem. A partir de suas ações é possível entendermos seu passado e suas reais motivações. Bernthal interpreta um Justiceiro definitivo, mesmo que sua história na série acabe se diferenciando dos quadrinhos em alguns pontos, é possível enxergar muito do anti-herói ali.

Apesar do elevado grau de violência desta temporada, o ponto mais alto, ou ao menos o mais interessante, do conflito entre os personagens, acontece em um longo diálogo no telhado. Uma cena digna de uma história em quadrinhos.

Já Elodie Yung, nos apresenta uma faceta pouco explorada da assassina Elektra. Mais do que apenas uma mulher no passado de Matt, a série nos mostra uma personagem tentando se encontrar. Muito distante da assassina silenciosa e mortal que estamos acostumados, aqui podemos notar uma Elektra que flutua entre um total “sangue frio” e uma grande “paixão”.

Vale ressaltar a química explosiva entre Elektra e Matt. A escolha da atriz caiu como uma luva nesse quesito. De forma extremamente confiante e sensual, a cada cena dividida entre o herói e a assassina vem a sensação de que qualquer coisa pode acontecer e que a qualquer momento, tudo pode sair do controle.

O enredo como um todo funciona muito bem, facilmente é possível notar que a trama se divide em pequenos arcos, que caminham para um grande ato final. A escolha em contar várias pequenas histórias deixa a narrativa da série mais leve, prazeroso de se acompanhar. Bem diferente de Jessica Jones, onde tínhamos a sensação de que a aventura poderia ser contada em bem menos do que 13 episódios.

Em seu segundo ano Demolidor se permite ir além, consolidando seu universo em Hell’s Kitchen é possível notar várias referências à outros vigilantes que atuam pelos subúrbios de Nova York, mas aqui a série vai realmente mais fundo. Em tempos de Guerra Civil, somos introduzidos ao tema de forma muito sutil, com direito a uma discussão política sobre a existência de vigilantes e os malefícios que estes podem trazem para a cidade. Bem diferente do rumo que o vindouro filme da Marvel irá tomar, é realmente interessante ver como o tema é desenvolvido naquele microcosmos da sociedade, onde os heróis urbanos é que fazem a diferença.

Como um tudo a segunda temporada de Demolidor agrada e muito, sem medo de tomar decisões arriscadas e sem subestimar sua audiência, é fácil prever um futuro de sucesso para este universo em construção da Netflix.

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