30 de janeiro, Dia do Quadrinho Nacional
Sim, meus caros, é dia 30 de janeiro e para os mais desavisados esta é um data muito importante para se comemorar, afinal é Dia do Quadrinho Nacional. Uma industria muita consumida, mas ainda pouco reconhecida nacionalmente, principalmente pelos fãs e leitores, que costumam se entreter muito mais com títulos “gringos” do que se aventurar pelos belíssimos trabalhos regionais que temos por aqui.
Para quem não sabe, a data foi cunhada em 1985, um ano após uma pesquisa realizada pela Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas de São Paulo, que revelou um trabalho pioneiro realizado pelo italiano, então residente no Brasil, Ângelo Agostini, que mesmo antes do termo “história em quadrinho” existir, já publicava suas histórias desenhadas no jornal paulista Cabrião, e mais tarde, no semanário carioca Jornal Vida Fluminense, tudo isso em 1964, talvez a primeira publicação de um quadrinho no mundo.
Mas se você, assim como muitos, não o habito de consumir o trabalho de quadrinhistas locais, vamos aqui dar uma separada em alguns grandes nomes. Se prepara por que tem quadrinho para todos os gostos.
#01 – Bianca Pinheiro
Quadrinhista carioca, radicada em Curitiba, é formada em Artes Gráficas e pós graduada em História em Quadrinhos. Começou seu trabalho em 2012, ainda com publicações de webcomics. Vencedora do Troféu HQ MIX por três vezes, como “novo talento” e mais tarde por seus trabalhos em Mônica – Força, hq das Graphics MSP, e também por seu autoral Alho Poró.
Bianca Pinheiro, ao menos em minha opinião, se destaca por seus roteiros. Normalmente histórias juvenis tendem a ter um ar piegas, mas não aqui. A maneira assertiva como bianca trabalha seus elementos consegue prender o leitor, os diálogos são um destaque a parte, sempre naturais, divertidos e precisos. Se você ainda não conhece, vale a pena dar uma pesquisada em seu trabalho.
#2 – Eduardo Medeiros
Nascido em Porto Alegre, residente de Florianópolis, Eduardo Medeiros é definitivamente um dos traços mais icônicos do mercado. Com trabalhos feitos para a Marvel, com Strange Tales, e para a DC Comics, com Gotham Academy, talvez seus maiores e melhores voos foram dados em em seus projetos autorais. Entre vários, deixo aqui como dica, Open Bar, lançado pela Stout Club. Um trabalho simplesmente fantástico, que refere bem o que é são as HQs de Eduardo Medeiros, trama simples mas que consegue conversar muito bem com o leitor. Histórias cheias de amizade, traições e reconciliações, do jeitinho que a vida é mesmo.
#3 – Bruno Seelig
Bruno Seelig pode ser um nome ainda pouco visto nas prateiras das lojas de quadrinhos, mas ainda em 2017 já deu um indicio de que pode ser um dos grandes. Mais uma vez o destaque da obra vai para o roteiro, simples de criar identificação, Market Garden, sua última publicação pela editora MINO, trata justamente de amizade e juventude. Com doses de humor pontuais, este é o tipico trabalho surpreendente, que te prende até você se pegar torcendo pelos personagens. Talvez o maior destaque esteja na criação destes “tipos” de personagens, um verdadeiro trunfo para o ritmo do quadrinho.
Vale ressaltar, ao menos desta vez, o roteiro de Market Garden. Lançado pela editora MINO, a HQ conta com duas histórias sequenciais. Na primeira um grupo de amigos, cansados de sofrerem bulling, se reúne para enfrentar o mau feitor do colégio, mas para isso eles resolvem replicar uma técnica usada na segunda guerra mundial. Já na segunda, anos mais tarde, o grupo de reúne novamente, desta vez para conseguir levar bebidas a uma festa que acontece na noite que antecede o vestibular.
#4 – Gustavo Duarte
O paulistano Gustavo Duarte, ficou extremamente reconhecido no mercado por uma peculiaridade em seus trabalhos, a ausência de diálogos em suas HQs. E não, isso não dificulta em nada o entendimento de suas histórias. Por sinal, foi este diferencial que o levou a trabalhar em grandes títulos, tanto na Marvel, quanto na DC Comics. Mas ainda assim, recomento que você procure trabalhos verdadeiramente autorais de Gustavo, como Có!, Taxi, Monstros ou Bird, todas obras fascinantes.
Certamente o quadrinho nacional vai muito além dos nomes que sugeri aqui hoje. O quadrinho brasileiro tem muita qualidade sim, basta você procurar, de uma chance e não irá se arrepender.