11 de Setembro e as Histórias em Quadrinhos

Nada antes do fatídico 11 de setembro de 2001, dia do ataque terrorista que mudou a história dos Estados Unidos, havia movimentado tanto o cenário das histórias em quadrinhos. A reação imediata exigiu mudanças duras no que restava da inocência dos heróis protagonistas das famosas HQ’s.

O impacto do ataque terrorista estarreceu a sociedade americana, e o mundo. Não demorou mais do que alguns meses, para que uma verdadeira avalanche de quadrinhos sobre o acontecido, tomassem as bancas por todos os lugares. Os editores da época, não tiveram medo de tratar um assunto tão delicado, segundo eles mesmo, era difícil trabalhar com tantas histórias de heróis em seu dia-a-dia e em um momento como este ficar calado.

Dois grandes heróis da Marvel, Homem Aranha e Capitão América, foram severamente afetados pelo ataque. Qualquer um que leia dois ou três quadrinhos do Amigão da Vizinhança, sabe o quanto é difícil não relacionar a figura do herói com Nova York. E a edição Amazing Spider-Man #36, foi uma das mas emblemáticas. Muito embora a história tivesse algumas cenas um tanto “forçadas” com genocidas como Dr. Destino e Magneto chorando pelo atentado, a intenção era mostrar o sentimento perante a grande tragédia. A mesma história também trazia sua capa toda em preto, em sinal de luto. Além dos heróis ajudando nos escombros em busca de sobreviventes.

Vale ressaltar que o Cabeça de Teia, também teve seu filme afetado pelo atentado. Uma grande cena envolvendo as Torres Gêmeas, Alvo dos ataques, foi totalmente retirada do longa, em respeito ao acontecido, tudo isso, apenas meses antes da estreia.

Já o Capitão América, que vinha perdendo espaço naquela época, ganhou uma sobrevida com o patriotismo eminente que surgiu pós acontecido. Em Novo Pacto, o Capitão retorna a suas origens e enfrentando os novos grandes inimigos dos EUA, os terroristas.

A editora Alternative Comics, ganhou um sonoro destaque ao publicar o encadernado: 9-11 Emergency Relief. Reunindo alguns dos maiores quadrinistas da época, em histórias que abordavam o heroísmo de policiais, bombeiros e socorristas, que trabalharam durante o resgate de sobreviventes. Todo o valor arrecadado com as vendas da HQ, foi doado à Cruz Vermelha norte-americana.

Ainda houve um trabalho em conjunto entre algumas editoras, entre elas as gigantes Marvel e DC Comics, 9-11: September 11, 2001. Nele, mais uma vez artistas consagrados como Neil Gaiman, Alex Ross, Will Eisner e Stan Lee, apresentavam várias histórias com este tema. Entre elas, uma onde o Superman se lamenta por não ter conseguido fazer nada para impedir o ataque. A publicação ganhou de Ross, uma icônica capa, onde podemos ver Superman contemplando um mural que retrata os heróis da vida real.

É sempre bom lembrar que a 9ª arte foi a primeira a retratar o atentado. Talvez como uma forma de absorver um dos maiores impactos que os americanos já sofreram, e os quadrinhos merecem todo o mérito de ter feito isso ainda no calor dos acontecimentos.