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‘Vende-se Essa Casa’ é realmente tão ruim assim?

Recentemente estreou o filme Vende-se Essa Casa, mais uma produção original da Netflix. Não passou muito tempo para eu começar a ver críticas negativas sobre ele. Um dia no Facebook me deparei com um comentário que dizia que a maioria das pessoas que não gostaram do filme foi porque por simplesmente não entenderam. Depois que li isso, a vontade de assistir acabou batendo.

O jovem Logan (Dylan Minete) e sua mãe acabam de passar por um grande trauma, pois o pai de Logan foi atropelado em sua frente e acabou morrendo. Isso desmorona a família, pois são forçados a deixar a vida que tinham para morar em outro lugar e isso gera vários conflitos pessoais entre os dois.

Eles vão morar em uma casa linda e gigante no alto de uma montanha, onde a tia de Logan deixou que ele e a mãe ficassem por um tempo e só teriam que sair aos domingos, pois ela estava à venda, então possíveis compradores iriam visitá-la.

Atenção, a partir daqui contém SPOILERS!

De repente, coisas bem estranhas começam a acontecer, como objetos mudando de lugar, pessoas estranhas desconhecidas demonstrando interesse pela casa e rodeando-a, uma senhora bem esquisita chamada Martha que no começo parece ser uma vizinha acolhedora, mas depois parece ser louca (confesso que cheguei a achar que ela era um espírito que morava lá quando viva). Também tem a galera estranha da imobiliária que me deixou intrigada. O fato é que o filme tem esse propósito mesmo, pois ele em diversas vezes joga uma ideia de que está acontecendo algo que na verdade não está. O que realmente está rolando naquela casa você descobre no final e é aí que eu quero chegar.

O péssimo desfecho (ou não), como preferirem, começa quando um homem dentro da casa amarra a mãe de Logan. Quem é esse homem? Conhecemos? Da onde veio? O que quer? Mil perguntas podem pular na sua cabeça nesse momento. As coisas vão acontecendo e você percebe que eles estão sendo atacados por um cara que inicialmente não tem muito a dizer, só que está lá fazendo coisas ilegais dentro da casa. Será que ele quer roubar? Em boa parte o mistério continua e o suspense e terror rolam soltos e quando finalmente o filme acaba, surge um grande ponto de interrogação na testa de quase todo mundo e junto com ele, uma revolta gigantesca.

Quem é o homem? Apenas um maluco que gosta de matar pessoas que moram em casas recentemente compradas. Lembra na última cena que ele encontra outra casa à venda? Provavelmente vai tentar matar mais algumas pessoas.
Logan e sua mãe infelizmente só levaram um baita azar. O homem entrou na casa após a visitação e ficou lá pregando peças nos moradores até conseguir o que queria. Ele não tem ligação nenhuma com a trama principal, com a família ou com nenhum personagem apresentado no filme. Simples assim. O filme é tão óbvio que gera dúvidas.

Algumas pistas são deixadas no decorrer da trama, como no começo quando eles viram o assassino e quase o atropelaram, depois em outro momento ele entrando na casa no dia da visitação. Até o próprio Logan levanta a questão sobre ser estranho demais casas abertas para o público e depois ninguém da imobiliária vistoriar para ver se não ficou ninguém escondido lá dentro.

The Open House é mais um filme de serial killer com clichés de filmes de terror e que depende da burrice dos personagens para que tudo ocorra conforme o roteiro. É ruim? Não, só depende de como você analisar. Vendo pelo lado que tentei mostrar aqui, é um filme que ao mesmo tempo que é cliché, tenta fugir do óbvio em várias situações até que acaba voltando para o básico. A trama é bem simples e tudo não passa de um crime de invasão domiciliar que acaba em assassinato. O problema foram as expectativas que as pessoas criaram pensando que o final seria mais improvável do que ele realmente era.

Se analisarmos a maneira que o assassino agia, em 1h40 de filme sobraria tempo para ele fazer o trabalho. A maneira que o filme tenta contar a história faz com que a trama ganhe tempo suficiente para avançar até o momento certo. Se preferir, você pode chamar de ‘encheção de linguiça’.

Com tantos filmes misteriosos com finais improváveis, o telespectador sempre espera e já está acostumado com um grande plot-twist. A trama não ter nenhuma complexidade, fez as pessoas se decepcionarem. Criar todas essas possíveis histórias na nossa cabeça, querendo ou não, é um bom exercício mental e fez a gente usar a imaginação para tentar desvendar o que estava acontecendo. Não deixa de ser interessante!

O filme não tem nada demais, não é o filme do ano ou inovador e genial, mas o fato é que tem muita coisa pior que não ganhou tanta atenção negativa.

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