[terror] A nova versão de Suspiria (sem spoilers)

Você que clicou aqui por curiosidade e não tem ideia de que filme é esse, te aconselho a continuar lendo esse artigo.

Para falarmos dessa nova versão, é importante introduzirmos um pouco da obra original de 1977, dirigida por Dario Argento, escrita por ele e por Daria Nicolodi.

Uma garota chamada Sophia vai até a Alemanha para estudar em uma academia de dança muito prestigiada.

Na sua entrada à escola, ela tem problemas de adaptação, pois as colegas não são muito acolhedoras no início e também as professoras não são agradáveis.

Suspiria é um filme bem marcante e que tem características muito peculiares que não costumamos ver em filmes de terror no geral. O diretor brinca muito com as cores e usa elas de maneira bem exagerada. Cada cor predomina uma cena e um cômodo de um lugar, mas a mais destacada de todas é com certeza a vermelha, que é usada no sangue de uma maneira bem artificial. Não pense que é uma falha do filme, mas sim uma característica.

Outro elemento muito importante é a trilha sonora, que alta e marcante, fazendo o filme ser bem barulhento e muitas vezes incômodo, mostrando também de forma exagerada quando algo misterioso ou errado está acontecendo ou vai acontecer.
Nessa primeira versão, a trama fica mais da metade construindo todo o suspense e sabemos que há algo sombrio e macabro acontecendo, mas não sabemos exatamente o que é.

Agora pulando para a nova versão, que foi lançada em 2018..

Falar sobre esse filme é importante porque as pessoas precisam conhecê-lo e através dele, que elas conheçam o clássico de 77. Como o lançamento aqui no Brasil não irá para as telonas, acredito que essa nova versão possa passar despercebida
Ele faz uma releitura da obra 1977 com outra linguagem e roupagem totalmente diferente.

O diretor Luca Guadagnino não teve nenhuma intenção de refilmar o clássico e sim prestar uma homenagem ao trabalho de Argento. Ele for por um outro caminho, apesar de ter aproveitado a ‘espinha dorsal’ do original.
O remake é bem justificável nessa situação, porque pode não conversar com o mesmo público (fãs do antigo), mas não repete a fórmula. Ele não replica as características de Argento. Se fosse refilmado com a mesma linguagem e elementos, seria apenas fazer ‘mais do mesmo’ e não inovaria em nada. O clássico já tem seu lugar estabelecido, então é interessante tentar novos públicos e uma nova característica.

Assistindo a versão de 2018, vemos que tem muito mais a se explorar, o filme tem muito mais arcos e histórias envolvidas. Ele explorou muito mais alguns personagens, que na maioria deles continuam com o mesmo nome. Outros mudaram para o feminimo, pois nessa versão só há mulheres na companhia de dança.
A personagem principal se chama Suzy é muito bem acolhida pela escola de dança e pelas instrutoras. Ela também foi para a Alemanha estudar dança em uma academia prestigiada.

Guadagnino não tem a pretensão de guardar o mistério que Argento deixou para o final. Ele logo de cara revela o que existe na misteriosa escola de dança. O diferencial nessa trama está nos personagens que aos poucos são revelados.

Ele é bem mais pesado visualmente com mais cenas fortes de violência. Na dança isso também pode ser percebido, pois há uma cena em particular bem difícil de assistir. Adança é mais selvagem e parece um ritual, diferente da versão de 77 que é ballet clássico.
A trilha sonora também incomoda mas é diferente, pois em determinados momentos o silêncio é essencial para compor a cena.
Nem nas cores podemos comparar o com o antigo com o novo. Argento usava cores fortes e Luca usa cores mais neutras.

E por fim o elenco. Não tenho nenhum tipo de reclamação a fazer nessa parte. O destaque está para Tilda Swinton, que interpreta três personagens distintos. Um deles é um senhor de idade (SIM!!!), talvez um pouco problemático, mas não prejudica a imersão. Dakota Johnson faz o papel de Suzy e está ótima também. Outro destaque está para Angela Winkler, que nessa versão faz umas Miss Tanner muito melhor.
Já aviso que o filme não tem jumpscares, mas pode ser muito macabro se você assistir sem a pretensão de querer levar sustos.