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SHAZAM! – Crítica

Ao proferir o nome do Mago SHAZAM, o garoto Billy Batson recebe a sabedoria de Salomão, a força de Hércules, a coragem de Aquiles, o poder de Zeus, a resistência de Atlas e a velocidade de Mercúrio, se tornando o novo grande herói do universo da DC Comics nos cinemas. Ou, ao menos é o que ele tenta se tornar.

Assim chega as telonas a divertidíssima aventura de SHAZAM, novo longa da Warner, empolgante, divertido e surpreendente.

Na história acompanhamos Billy Batson (Asher Angel), um garoto de 14 anos, órfão, que nunca desistiu de encontrar seus país biológicos, sempre fugindo dos lares adotivos onde era colocado. Ainda se ajustando a seu novo lar na Filadélfia, o garoto é invocado pelo Supremo Mago Shazam e incumbido de se tornar o novo defensor da humanidade. Ao proferir seu nome, Billy recebe os poderes, tomando a forma de um poderoso herói. Vale ressaltar aqui, que notadamente Billy não é o procurado “jovem de pura bondade e coração” que o Mago tanto busca, mas é sim a última esperança, tanto por isso somos iniciados em uma jornada de aprendizado para o Billy, em quais valores o garoto deve se apoiar e quais virtudes ele deve desenvolver para se tornar o grande herói que o mundo precisa. Para ajuda-lo nesta jornada, temos seu irmão/amigo  Freddie Freeman (Jack Dylan Grazer). Um garoto expansivo e viciado em super – heróis, que ajuda Billy a entender seus poderes.

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Esse talvez seja o filme da DC Comics com “o coração no lugar mais certo” feito até hoje. Shazam precisava ter um ar mais leve, descontraído e inocente, qualidades difíceis de se imaginar em um longa da DC nos últimos anos. Mas parece que o novo posicionamento da empresa vem gerando ótimos frutos. O longa, sem vergonha nenhuma, flerta com “a era de ouro” dos filmes de super -heróis, como o Superman de Christopher Reeves. Uma aventura contida, mas importante e repleta de significados. A primeira vista Shazam pode ser visto apenas como um filme de comédia, e se fosse só isso já teria feito um ótimo trabalho, mas em segundo plano vai além. Existe uma jornada emocional ali, o filme lida de maneira extremamente sincera com os traumas que crianças em lares adotivos apresentam. Seja na busca desesperada de Billy por seus pais biológicos, ou com o sentimento de invalidez de Freddie, que se apoia nas figuras dos super -heróis para superar sua deficiência. Estes momentos, onde a fantasia do filme da espaço a uma realidade mais crua, ganham uma força ainda maior quando contraposta na apresentação da família adotiva, os Velasquez (Cooper Andrews e Marta Milans), uma fonte de inspiração extremamente positiva e otimista não apenas para os personagens, mas também para os espectadores.

Mesmo sendo um filme muito bem feito, Shazam, não escapa de algumas armadilhas. Há quem diga que vilão é caricato em excesso. Mark Strong faz o antagonista Dr. Silvanas, que tem sua origem levemente alterada aqui, nada que atrapalhe, tudo se justifica na verdade. Afinal nos quadrinhos o personagem, apesar de icônico, não tinha apelo. Entretanto a falta de substância é nítida e mesmo com um backgroud elaborado e relevante, as motivações se tornam pífias e totalmente genéricas. Ao que tudo indica, muito foi guardado para o longa do Adão Negro, contraparte vilanesca de Shazam.

Os destaques, definitivamente vão para os atores. Zachary Levi conquista colocando todo seu carisma e timing cômico para retratar a empolgação de uma criança no corpo de um poderoso herói. Enquanto Levi, toma conta da diversão, cabe a Asher Angel tratar da carga dramática e isso o garoto consegue fazer com certa naturalidade. Jack Dylan Grazer também mostra um imenso potencial  para alçar grandes voos. Quem viu seu trabalho no remake de IT e agora aqui, notou que o garoto tem um grande talento. Talvez a maior surpresa fique por conta da personagem Darla (Faithe C. Herman), que mesmo sendo a caçula da família, rouba a cena a cada aparição.

Verdade seja dita, comparadas a algumas das últimas produções da DC Comics, SHAZAM ainda peca em alguns estágios. Não chega a ter o apelo de esperança de Mulher Maravilha, ou ser um conto épico como Aquaman. Entretanto é sim um orgulho ver um filme como este, e não deixa de ser uma grata surpresa a aceitação que o longa vem tendo, invertendo totalmente um cenário recente de pouca fé que os fãs vinham tendo quanto as produções do selo na Warner. Que esta nova formula traga mais bons frutos como este, mais histórias leves e surpreendentes.

 

 

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