A nova fase do Terror
O terror é um gênero que precisa se reinventar de tempos em tempos. Houve uma época em que tudo era novidade e o telespectador ficava impressionado com o que aparecia por aí. De uns anos para cá, isso mudou. A cada geração, as pessoas mudam e precisam de novos meios de se entreter e de se assustar/ impressionar, principalmente depois que a internet se tornou cada vez mais acessível.
Na entrada dos anos 2000, muita coisa mudou no cinema de horror, mas também acabou repetindo e saturando uma boa parte dessa leva de filmes. Um grande exemplo foram os filmes found footage. Na realidade, o primeiro famoso found footage foi A Bruxa de Blair, que enganou uma geração de adolescentes e até adultos. Muita gente achava que o filme em formato de documentário era real.
O próximo grande sucesso do subgênero foi Atividade Paranormal, que impactou novamente, mesmo depois de mais de 10 anos de A Bruxa de Blair. O problema é que muita gente se aproveitou do sucesso e começou a produzir muitos filmes parecidos, que não agregavam em nada e repetiam a fórmula. Os próprios produtores de Atividade Paranormal não souberam quando parar.
Mas nem tudo estava perdido. Não tínhamos ideia do que vinha por aí e diretores que nem imaginávamos apareceram, mudaram completamente nossa percepção do cinema de horror e nos fizeram sair da caixa. Ainda por uma questão de gosto, o público do terror jumpscare permanece firme e forte. Tudo bem também, mas quem está disposto a conhecer algo novo e já enjoou de levar aqueles sustos batidos, pode gostar desses 3 diretores com estilos completamente diferentes e que podem entrar nessa nova fase do terror:
Jordan Peele
Esse diretor estreou seu trabalho no terror com o filme Corra em 2016. Jordan foi roteirista e diretor do longa e levou pra casa o Oscar de melhor roteiro original. Corra foi considerado o melhor filme de terror dos últimos 5 anos. O posto não foi à toa, ele consegue equilibrar comédia e terror, aborda problemas sociais de maneira chocante e de uma forma inteligente. O filme tem tanta camada que é impossível assistir apenas uma vez e pegar tudo que ele tem para mostrar. Dois anos após Corra, o diretor ataca novamente e revela um trabalho ainda mais impressionante. Em Nós (2018) cutuca de novo na ferida dos problemas sociais, mas dessa vez de maneira mais leve e consegue chocar o telespectador com personagens impactantes e usando outros artifícios para assustar o público.
Ari Aster
Há grandes fãs do terror que torcem o nariz para Hereditary (2018). Uma das justificativas é de que o filme é muito dramático. A mistura de terror com drama parece ser uma das grandes características desse novo diretor. Aos que adoraram Hereditary, assistiram ou assistirão Midsommar (2019), outro grande filme do diretor.
Em ambos ele consegue incomodar com características semelhantes (barulhos incômodos, gritos agoniantes e muito drama). Não pense que é um drama que te dá vontade de chorar e te deixar triste, mas sim um drama que vai te chocar e incomodar.
Robert Eggers
Ele apareceu um pouco antes com o terror atmosférico de A Bruxa (2015), que dividiu opiniões. Esse ano chega aos cinemas no dia 31 de outubro o filme O Farol. Não se sabe muito sobre ele, mas ao que aparenta, será um filme diferente de tudo que já vimos até agora no cenário de horror.
Vamos aguardar ansiosos por mais trabalhos desses brilhantes diretores!