Ultimas Criticas

Vida (Life)

Uma nave espacial, ao retornar para Terra, recebe estranhos sinais vindos de um asteróide. Ao investigarem o local, um dos tripulantes é atacado por um estranho ser. O que parecia ser um ataque isolado se transforma em um terror constante, pois o tripulante atacado levou para dentro da nave o embrião de um alienígena, que não para de crescer e tem como meta matar toda a tripulação.

 

Esta é a sinopse de “Alien – O Oitavo Passageiro”, dirigido por Ridley Scott e lançado em 1979. Quase quarenta anos depois, em “Vida”, somos apresentados a uma tripulação mais contemporânea e realista, porém totalmente esquecível. O filme narra a descoberta de vida em Marte, mostrando as consequências dessa descoberta e das coisas não acontecerem como esperado.

 

O elenco tem nomes fortes, como Ryan Reynolds (“Deadpool”), Jake Gyllenhaal (“Animais Noturnos”), Rebecca Ferguson (“A Garota no Trem”) e Hiroyuki Sanada (“Wolverine: Imortal”), mas as atuações são bastante contidas. O desenvolvimento da personalidade dos personagens chega a ser gratuito em alguns momentos, não acrescentando nada à trama. A câmera é uma personagem à parte, e apresenta uma fotografia bem caprichada, claramente inspirada por “Gravidade” e “Interestelar”.

 

O design da criatura desaponta por ser bem clichê (tentáculos gosmentos), mas a forma como ele se desloca e ataca suas vítimas, referenciando “A Bolha Assassina”, é bem eficiente e aterrorizante. Os efeitos especiais deixam a desejar em alguns momentos, sendo bem artificiais, e o ambiente claustrofóbico da estação, muito bem construído e detalhado, mostra que o artifício ainda não está desgastado e que deverá ser utilizado ainda por muito tempo.

 

O diretor Daniel Espinosa (“Protegendo o Inimigo”) faz um excelente trabalho e consegue colocar sua audiência num espiral de tensão, mas o roteiro de Rhett Reese e Paul Wernick (“Zumbilândia”), peca por ser previsível demais. Não há nada de inovador no filme, a menos que as referências acima mencionadas sejam desconhecidas por quem está assistindo, o que acaba apagando demais a obra, ainda mais com o eminente lançamento de mais um filme da franquia Alien, novamente dirigido por Ridley Scott.

 

Apesar de ser essa colcha de retalhos, sem pretensão nenhuma de ser algo grandioso, e praticamente impossível de não ser comparada com suas referências, “Vida” consegue cumprir seu objetivo: oferece um bom entretenimento e consegue capturar a atenção do espectador. Destaque para o belíssimo plano sequência inicial do diretor de fotografia Seamus McGarvey, além da trilha sonora de John Ekstrand, que oferece uma preparação atmosférica e perigosa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *