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Crítica – Três Anúncios Para Um Crime

Três Anúncios para um Crime nos apresenta um espetáculo de atuação, sendo um dos favoritos na corrida do Oscar 2018, além de ter grande chance de se tornar um clássico do cinema.

Inconformada com a ineficácia da polícia em encontrar o culpado pelo brutal assassinato de sua filha, Mildred Hayes (Frances McDormand) decide chamar atenção para o caso não solucionado alugando três outdoors em uma estrada raramente usada na cidade de Ebbing, no Missouri, Estados Unidos. A inesperada atitude repercute em toda a cidade e suas consequências afetam várias pessoas, especialmente a própria Mildred e o Delegado Willoughby (Woody Harrelson), responsável pela investigação.

Nesse longa que, em sua essência, se trata da raiva e suas consequências, Martin McDonagh insere vários gêneros dentro de um único filme, e várias camadas dentro de cada personagem. Não há espaço para maniqueísmo, os personagens possuem motivos totalmente compreensíveis para cada atitude que eles tomam, e muitas vezes essas atitudes peguem o público de surpresa. Tudo que nos é apresentado tem uma razão pra acontecer, nada é gratuito no roteiro.

Frances McDormand é com certeza uma das melhores atrizes de sua geração. Ela consegue representar com maestria a dor de uma mãe que perdeu sua filha de forma tão brutal, e ainda assim é responsável por vários momentos engraçados na trama. Woody Harrelson também não fica pra trás, mas o verdadeiro destaque do elenco masculino é Sam Rockwell, na pele de Jason Dixon.

Pode-se dizer que o policial Dixon é o mais próximo de um vilão que a trama nos apresenta, e suas atitudes chegam a ser repugnantes em vários momentos. Mas até mesmo ele acaba encontrando alguma forma de redenção, e também é um excelente alívio cômico.

A fotografia, a trilha e o próprio ambiente de cidade do interior nos remete a um Western moderno. A imersão na cidade é tão grande que o expectador se apega de fato a todos aqueles personagens, suas dores e motivações. Três Anúncios para um Crime é um filme que vale muito a pena ser visto, não apenas por já ter recebido várias premiações e por ser um forte candidato no Oscar, mas também por nos apresentar uma história que transforma tanto os habitantes de Ebbing como o próprio expectador.

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