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The Umbrella Academy – Crítica 1ª Temporada

Enfim a premiada HQ de Gerad Way, ex vocalista da banda My Chemical Romance, e do brasileiro Gabreil Bá, The Umbrella Academy, encontra seu caminho para uma adaptação e chega a Netflix em grande estilo.

Focado em apresentar e discutir a dinâmica desfuncional entre uma família de super – heróis, The Umbrella Academy, conta a história de sete crianças, nascidas no mesmo dia em circunstâncias igualmente misteriosas, adotadas pelo excêntrico bilionário Reginald Hargreevs, que os cria de maneira rígida para se tornarem uma equipe de super-heróis. Ano mais tarde, os filhos se reencontram após a morte de seu pai adotivo. Agora, além de lidar com a morte, eles devem também se justar mais uma vez para impedir um iminente apocalipse. Essa seria, sem dúvida, a maneira mais sucinta e simples de resumir essa história, entretanto os elementos abordados na trama dão muito mais o que se discutir.

O foco nas disfunções de relacionamentos familiares em um grupo tão peculiar, pode não ser essa novidade toda no mundo dos quadrinhos, mas aqui, isso aparece como um trunfo para a série. A criação rígida que as 7 crianças tiveram em sua infância, somada ao seus poderes, criaram adultos quebrados e isso fica claro a cada interação entre eles. Junte a isso, boas doses de bizarrices como um mordomo macaco e uma mãe robô, além de tramas complexas como viagens no tempo e realidades paralelas e você começa a desenhar uma série que tem tudo para segurar o espectador prostrado em frente a tela por todos os 10 episódios tranquilamente.

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Mas se por um lado, logo de inicio, The Umbrella Academy, acena com vários elementos incríveis e com a promessa de uma trama genial, a execução não é tão boa assim. Ao longo dos 10 capítulos da série, fica claro que não rumamos para algo realmente novo, mas sim para o convencional. Cada novidade e peculiaridade, parece passar por um “normalizador” caindo nas mesmas convenções e formulas de tantas outras séries da Netflix, tornando o desenvolvimento clichê e previsível mesmo para os espectadores menos regulares.

No que diz respeito a atuação, nada compromete. Talvez o maior destaque vá para Robert Sheehan, que interpreta o Número Quatro (Klaus). Para aqueles que acompanharam a série Misfits, em suas primeiras temporadas, não devem se surpreender com o ator, que rouba a cena a cada aparição. Seus poderes, o de falar com fantasmas, talvez seja o que mais ajude com o desenvolvimento do personagem e de longe é onde a evolução fica mais evidente. Em segundo lugar, ainda que por pouco, podemos destacar Aidan Gallagher, que deu vida ao Número Cinco, onde a peculiaridade de ser um viajante do tempo, coloca um homem adulto em um corpo de criança. O ator mirim cumpre seu papel como poucos e tem tudo para ser receber mais atenção em futuras produções.

Tom Hopper e David Castañeda e Emmy Raver-Lampman, (em ordem Número Um, Luther, Número Dois, Diego e Número Três, Allison) entregam atuações regulares. Mesmo que o enredo de mais espaço para uns do que para outros e que suas tramas individuais nem sempre tenham a mesma força, nenhum deles chega a comprometer.

Talvez a maior incógnita fique por conta de Ellen Page, possivelmente o rosto mais conhecido do elenco. A atriz interpreta a Número Sete, Vanya, de longe a personagem mais diferente dos outros irmãos, diferença esta que deveria ser o centro da trama, mas que perde espaço para enredos individuais que constantemente fazem o espectador perder a conexão com a personagem.

Apesar do previsível caminho traçado, o final da primeira temporada de The Umbrella Academy, consegue reacender todos aqueles elementos ditados em seus primeiro episódios, coroando a série com um final descaradamente aberto, pronto para receber um segunda temporada. Mas antes disso, seria bom que os roteiristas olhassem mais para o material original e sem medo, entrassem de cabeça nas fantasias bizarras propostas pela HQ. A série precisa e merece se arriscas mais, muito mais.

 

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