Crítica – The Cloverfield Paradox
E quando ninguém esperava, mais uma vez, como de praxe, J. J. Abrams consegue surpreender a todos tirando da cartola o aguardado terceiro longa da franquia Cloverfield, intitulado The Cloverfield Paradox.
Desta vez a surpresa vem durante o cobiçado intervalo do SuperBowl, mostrando o primeiro trailer da produção e já apontando sua estra para depois do jogo, no serviço de streaming da Netflix. Uma jogada extremamente interessante, diga-se de passagem, afinal, se o projeto encontrava algumas dificuldades, após o resultado não tão bom do longa anterior, Rua Cloverfield, 10, um acordo entre Paramount e Netflix, possibilitou a grande jogada de marketing para o lançamento, afinal que hora melhor para fazer a divulgação do que durante a maior audiência da TV?
Neste nodo capitulo, o longa se preocupa em explicar o inexplicado, como o famigerado monstro chegou ao nosso mundo. Funcionando como um prelúdio, aqui, somos estabelecidos em um momento muito especifico da raça humana, uma eminente Terceira Guerra Mundial, causada por uma forte crise de energia. Tentando solucionar o problema, um grupo de cientistas são enviados ao espaço para uma experiencia com uma acelerador de partículas, que, se der certo, pode solucionar todos os problemas da Terra. Logo a missão que deveria levar cerca de 6 meses, chega a dois anos, até que, após diversas tentativas, finalmente o acelerador funciona. Mas com ele uma consequência terrível, o desaparecimento do planeta. Aqui iniciamos uma trama que beira uma “ficção cientifica pesada”, mas não chega tão longe, iniciando discussões sobre pontos de paradoxos e universos paralelos.
O longa é dirigido por Julius Onah, que realiza um trabalho realmente muito competente, trazendo tensão e até angustia em boa parte do filme. O roteiro por outro lado deixa a desejar consideravelmente, já que entrega o “ouro” logos nos minutos iniciais. Além de criar diversos acontecimentos com desfechos óbvios. Quem no ano passado viu filmes como Vida e Alien: Covenant, não irá se surpreender com muito, já que o longa bebe muito nesta fonte. Entretanto, uma outra forma de ver as coisas, seria assumir que a origem do monstro não é o principal, mas sim os conflitos individuais dos personagens. E se você notar bem, os dois longas anteriores também caminhavam nesta direção. E neste ponto, vale um destaque especial para duas atuações, a primeira de Gugu Mbatha-Raw, que da vida a Ava Hamilton, oficial da tripulação com um triste passado, que vai sendo revelado aos poucos durante o filme. A segunda logicamente de Daniel Brühl, que interpreta o alemão Schimit, um físico que sofre a desconfiança de todos na estação espacial. Ambos seguram bem o papel que lhes é dado, conseguindo passar por cima até mesmo de algumas falhas no roteiro.
Mesmo sendo um “prequel” de um filme, que já foi considerado um “refresco” para o cinema atual, The Cloverfield Paradox, explora pouco seu potencial, de forma geral o filme melhora muito quando tenta algo novo, ou mesmo absurdo, é aí que ele empolga, no mais, não chega a ser realmente relevante.
Vale lembrar que mais um filme esta já esta agendado e promete amarrar a ligação entre todos os quatro filmes. O longa deve, mais uma vez, chegar através do Netflix. Uma decisão acertada, se a ideia é sempre surpreender e inovar. Vamos aguardar.