Kingsman: O Círculo Dourado
Alguns anos atrás, “Kingsman: O Serviço Secreto” pegou muita gente de surpresa, agradando crítica e público com suas sequências absolutamente geniais e intensas. Sua aguardada continuação, “Kingsman: O Círculo Dourado”, chega aos cinemas no fim do mês com pretensões de ser um dos grandes blockbusters de ação do ano.
No filme, um ataque de mísseis consegue eliminar a agência Kingsman, com exceção de Eggsy (Taron Egerton) e Merlin (Mark Strong), que partem para os Estados Unidos em busca de ajuda na Stastesman, outra organização secreta de espionagem onde trabalham os agentes Tequila (Channing Tatum), Whiskey (Pedro Pascal), Champagne (Jeff Bridges) e Ginger (Halle Berry). Eles precisam unir forças contra a responsável pelo ataque, a traficante Poppy (Juliane Moore), que formulou um plano para sair do anonimato.
O filme começa com uma excelente sequência de ação, seguindo a tendência de usar música pop oitentista como trilha sonora, a exemplo de “Guardiões da Galáxia”, “Em Ritmo de Fuga”, “Atômica”, etc. A trama é bastante simples, no maior estilo “herói salva seu amor/amigos/o mundo de vilões megalomaníacos”, nada que não tenha sido visto anteriormente em outras obras. O diferencial continua sendo as excelentes sequências de ação e jogos de câmera de Matthew Vaughn.
Vale ressaltar que é preciso mergulhar no universo já estabelecido no primeiro longa para não ficar problematizando tudo que se vê na continuação, é uma proposta muito própria, e dentro do contexto desse mundo a grande maioria dos acontecimentos são coerentes, como a volta de Arthur (Colin Firth) e as tecnologias malucas apresentadas.
Em meio ao absurdo, que já é marca registrada de Kingsman, existe uma discussão levantada com relação ao combate às drogas e a hipocrisia de certos governos ao lidar com essa questão de saúde pública, com direito a uma incisiva alfinetada à atual administração norte-americana.
Juliane Moore está ótima no papel da vilã Poppy, com cenas repletas de humor negro, e Pedro Pascal (“Narcos”) se mostra uma ótima adição à franquia graças à sua forte presença de cena, embora um acontecimento na trama ponha tudo isso por água abaixo. O filme praticamente desperdiça ótimos atores como Halle Berry, Jeff Bridges e até mesmo Chaning Tatum, com participações um tanto fracas quando contrapostas ao potencial dos mesmos. Em compensação, a inesperada participação do lendário cantor Elton John se estende até demais, fazendo dele praticamente um personagem da trama.
A necessidade de Hollywood em repetir fórmulas de sucesso acaba limitando o potencial do filme, fazendo de “Kingsman: O Círculo Dourado” um bom, mas esquecível filme de ação, bem longe do que foi o primeiro.