Crítica: Venom – A Última Rodada
Muito distante de tentar emular um final apoteótico para uma trilogia que sempre primou pelo humor e ação desenfreada, Venom – A Última Rodada, remonta uma história básica e simples, no melhor estilo caçada mortal, sem deixar de lado boas doses de ótimas referências que vão de Predador à Exterminador do Futuro em um piscar de olhos.
Esqueça qualquer tipo de construção mais profunda entre Venom e qualquer outro universo de super-heróis. O lance aqui é diversão e emoção. Direto e reto. E pra isso o roteiro faz questão de tirar qualquer peso extra do caminho logo de cara.
Na história, acompanhamos Eddie Brock (Tom Hardy), e Venom, sendo jogados de volta a sua realidade, após sua breve aparição em Homem Aranha – Sem Volta Pra Casa. Uma vez de volta ao México, eles percebem que não serão capazes de continuar fugindo por muito mais tempo e resolvem retornar para os Estados Unidos, com um plano mirabolante que pode inocenta-los. Mas o que eles não sabiam é que uma poderosa entidade sombria, o criador dos simbiontes, conhecido como Knull, também está em seu encalço, pois ao alcançarem uma simbiose perfeita eles ativaram um códex, a chave que Knull precisa para escapar de sua prisão.
Diferente de seus dois antecessores, o terceiro capitulo desta trilogia é o que mais se propõe a carregar um peso sentimental. Por varias vezes somos apresentados à um Eddie Brock cansado e a um simbionte muito mais compreensivo com seu hospedeiro. A ligação já está muito além da sobrevivência, a ligação agora é totalmente emocional. Ainda assim, o que poderia se tornar um diferencial no texto e na direção de Kelly Marcel, não passa de uma tentativa tímida de realizar algo diferente com o personagem. Mas que de maneira geral termina se entregando a uma galhofa descarada, que usa e abusa de um humor físico que coloca Tom Hardy atuando como uma marionete, sem qualquer controle de seu corpo, enquanto tem dialogo eloquentes com uma voz que está somente dentro de sua cabeça.
Venom – A Última Rodada pode decepcionar não pela falta de qualidade, mas por assumir uma persona muito mais desinteressada em criar mitologias do que outras produções do gênero. A apresentação do vilão até promete um “algo a mais”, mas em tela, somos apresentados a uma aventura básica demais, simplista demais e óbvia demais.
Infelizmente parece que falou um pouco mais de ambição para um fechamento digno de um arco de três filmes. Certamente esperar que Venom, enquanto produção, se desse ao trabalho de alimentar conspirações com atores atuando em diferentes papeis na Marvel, ou mesmo estabelecer ligações com o futuro da Casa das Ideias, seria por si só uma equivoco ingênuo por parte do espectador.
Ainda assim, apesar das leves indicações de um futuro para o personagem, a última rodada de Eddie Brock e Venom, merecia consideravelmente mais do que um tímido e óbvio ponto final.