Crítica – Sonic: O Filme
Após fortes controvérsias em seu primeiro trailer e uma repaginação completa de seu protagonista, enfim chegou o momento de conferirmos o resultado final de Sonic: O Filme. O longa mexe fundo com a nostalgia dos eternos fãs da franquia no Mega Drive, mas deixa a desejar com um enredo pouco criativo.
Em um momento de muito crédito à várias adaptações, já não era sem tempo do Ouriço Azul, mais famoso do mundo dos games, ganhar sua versão em um filme live-action.
No longa, a história acompanha a fuga de um jovem Sonic de seu mundo, tudo para preservar a vida do ouriço e seus “milagrosos” poderes. Após anos escondido na Terra, um descontrole emocional, gera uma reação elétrica que imediatamente chama a atenção do governo. Agora cabe ao policial, Tom Wachowski (James Marsden), ajudar Sonic a escapar das garras do cruel Dr. Robotinik (Jim Carrey), enviado pelo governo para capturar o ouriço.
Ainda que a trama consiga criar uma ponte bastante competente entre o “mundo” dos games e o real, fazendo uso de vários fã-services ao longo de história, e até mesmo, criando uma utilidade bem singular para os clássicos “anéis” que capturávamos nos jogos, a história acaba chamando mais a atenção por ser um pouco rasa demais. A dinâmica entre Tom e Sonic funciona bem e conduz a trama de maneira prática, a amizade vai sendo forjada em meio a desventura e a fuga, mas ainda assim, não chega a ser o suficiente para empolgar.
Talvez o maior acerto está em como o próprio filme se enxerga. A direção de Jeff Fowler, “joga” no simples e não cai nas armadilhas de tentar emular um ambiente épico e cenas profundamente impactantes. O grande objetivo aqui é ser um entretenimento simples. E isso, é alcançado com sucesso.
O maior destaque, é claro, vai para Jim Carrey. O astro consegue arrancar risos em praticamente todas as cenas em que está presente, moldando de maneira simples, porém convincente, as motivações de seu vilão. Apesar de já revelado em seu primeiro trailer, vale esperar até a última cena, onde o antagonista recebe, enfim, seu clássico visual. Referenciando sua contra-parte dos games.
Em tempos de jornadas gráficas mais interessantes, como o próprio Detetive Pikachu, ou mesmo Warcraft: O Encontro de Dois Mundos, visualmente Sonic acaba se aproximando mais de adaptações como Alvim e os Esquilos ou Os Smurfs. Esse ponto pode desapontar fortemente a audiência, que com toda certeza espera ver algo mais digno e a altura para um game tão marcante para toda uma geração.
De maneira geral o alvo parece ter sido atingido, o longa mira em um entretenimento descompromissado e certa em cheio. Vale apontar ainda uma cena pós-crédito, que já prepara o terreno para uma vindoura sequência. Vale a pena aguardar.
