Crítica – A Morte do Demônio: A Ascenção
A Morte do Demônio: A Ascenção não traz nada de muito novo. Não muda a formula, não reinventa a história base e ainda moderniza as icônicas soluções visuais colocadas por Sam Raimi lá nos anos 80. E é justamente por isso que o filme acerta no alvo e é tão bom de se assistir.
Definitivamente não é sempre que uma franquia chega ao seu quinto filme mantendo implacavelmente sua qualidade. Ainda mais quando se abusa de um terror raiz, cheio de sangue e repleto de momentos gore. Mas essa é a marcar de A Morte do Demônio, é justamente com base nisso que a produção original fez tanto sucesso, e mudar qualquer coisa além do básico para se criar uma nova história, a esta altura, seria renegar um passado glorioso.
Na trama, acompanhamos uma mãe, Ellie (Alyssa Sutherland) e seus três filhos, Bridget (Gabrielle Echols), Kassie (Nell Fisher) e Danny (Morgan Davies), uma família que apesar de unida, beira o colapso com várias questões mal resolvidas que são deixadas pelo caminho. Com a chegada de Beth (Lily Sullivan), a irmã de Ellie, que trabalha como técnica de som junto a uma banda, a tensão fica ainda maior. Após um abrupto terremoto, uma rachadura aparece no estacionamento do prédio, relevando um livro antigo e estranho, junto de algumas gravações feitas em discos de vinil. É nesse momento que, após lerem o livro e tocarem os discos, um demônio é liberado, determinado a causar o caos enquanto inicia uma jornada de mortes brutais ao tentar possuir membro por membro da família.
Assistir a qualquer versão de Evil Dead, ou a Morte do Demônio, é definitivamente uma experiência. Sustos, aflições e repulsas que funcionam muito melhor quando são divididas em uma sala cheia e uma tela grande. Neste ponto, o diretor Lee Cronin, demonstra que sabe bem, com que tipo de produção está lidando. Da montagem de cena, passando pela edição de som e chegando a uma fotografia primorosa, tudo no filme soa grandioso, assertivo e principalmente familiar aos fãs de longa data.
Um pouco diferente de versões anteriores, aqui o roteiro ainda faz questão de inserir algumas camadas a mais na história, criando alegorias emocionais para sentimentos familiares. Um anexo no mínimo interessante que agrega volume e qualidade ao longa, sem necessariamente descaracteriza-lo.
Entretanto, ainda assim, um filme com tantos acertos não está eximido de cometer alguns deslizes. Se por um lado o ritmo agrada e a trama envolve, na hora dos sustos é onde a edição escorrega. Ainda que o famigerado “jumpscare” não agrade a todos, uma vez no filme, deve ser feito direito e no mínimo arrancar alguma reação da audiência. Mas aqui infelizmente os cortes não ajudam e entregam rapidamente a sequência que não alcança seu objetivo.
No fim, A Morte do Demônio: A Ascenção, é a prova de que a franquia ainda vive e funciona perfeitamente bem. Aos fãs mais dedicados ainda vale apontar que a trama não reboota ou exclui qualquer produção anterior, mas expande um pouco mais esse universo. Com um sucesso moderado, é bem capaz que novos filmes cheguem em breve aos cinemas.