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Crítica – Morbius

Se você foi um daqueles que não entendeu nada quando a Sony anunciou uma adaptação de Morbius para os cinemas, tenho más noticias amigo. Após conferir a produção com cerca de uma hora e meia acredito que você sairá da sessão ainda com as mesmas dúvidas, ou até mais.

Apoiado pelo sucesso recente de Venom, 1 e 2, e ainda almejando o sonho de um universo compartilhado igual ao da Marvel, a Sony resolveu apostar nos vilões do Homem Aranha para criar sua sequência de filmes. A ideia sempre pareceu estranha aos fãs  do Cabeça de Teia, mas a cada capitulo dessa história o plano parece fazer menos sentido, em boa parte pela estranheza de se ter um universo com os vilões do Homem Aranha, sem nunca mencionar a existência do herói.

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Mas Morbius,  também falha como produção independente. Em uma trama batida e repleta de conveniências, a história do Dr. Michael Morbius não empolga de maneira nenhuma. Nos quadrinhos, o personagem já era fruto de uma época duvidosa, onde a editora tentava um revival do gênero de terror, e para isso, tratou logo de colocar um Vampiro para lutar com o Homem Aranha. No filme acompanhamos Jared Leto, dando vida ao personagem título, que utiliza todo seu intelecto para encontrar uma cura para uma rara doença em seu DNA.

A jornada do herói é muito clara no filme, ainda que no material original Morbius tenha grandes embates com o Amigão da Vizinhança, aqui ele ganha uma roupagem de herói, alguém que entende o mau que criou por acidente e agora pretende fazer de tudo para ajudar os inocentes.

Talvez o maior equivoco do longa esteja em sua pretensão de se levar muito a sério. Enquanto Venom abraça um lado galhofa, Morbius tenta trazer dramas e romances profundos, porém muito pouco desenvolvidos. O roteiro parece não dar tempo para os fatos se estabelecerem, tudo é muito corrido e por vezes apenas exposto em diálogos diretos e simplórios. Se por um lado a motivação do “herói” é nobre e um cumpre uma jornada minimamente estabelecida, do lado de lá, o vilão só quer viver a vida sem qualquer consequência e em certo momento se torna mau, apenas por se tornar, sem qualquer grande motivação ou necessidade por trás.

Avengers Assemble BR on Twitter: ""Bem, #Morbius é tão ruim quanto você  esperava. Um enredo de 2005 colide com CGI visualmente confuso para criar  um festival de soneca. Mas não se preocupe,

 

Ao contrário do que muitos imaginaram, a atuação de Leto não atrapalha em nada a ´produção. Sem grandes exigências ou excentricidades. Ainda que o ator tenha nitidamente se equivocado na escolha de seus projetos recentes, em Morbius ele parece bem a vontade para o papel. Talvez se o longa fosse melhor trabalhado, poderia ter um reflexo ainda melhor no trabalho do ator.

Para finalizar, Morbius não peca apenas no pretenso universo compartilhado da Sony, mas quase apaga um certo brilho do próprio MCU. As duas cenas pós crédito tentam exercitar o conceito do multiverso visto em Homem Aranha Sem Volta para Casa. Entretanto tudo o que o roteiro fraco consegue é bagunçar uma história que já estava fechada, errar o conceito e ainda criar furos na trama. Talvez o melhor mesmo seja apenas os faz ignorarem que o vampiro Morbius um dia aconteceu.

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