Crítica – MIB: Internacional
Muito aguardado pelos fãs da franquia, chega aos cinemas o filme que expande a jurisdição da mais secreta agência governamental para assuntos extraterrestres, MIB: Internacional. O longa funciona como um reboot e ao mesmo tempo uma expansão de universo, mostrando novos agentes em outras partes do mundo.
Na história, temos Molly, personagem de Tessa Thompson, que após ter um contato alienígena na infância, hoje dedica sua vida a encontrar a misteriosa agência dos Homens de Preto. Enquanto isso, do outro lado do oceano, na sede da MIB em Londres, dois agentes veteranos, H (Chris Hemsworth) e Big T (Liam Neeson), tem uma luta cercada de mistérios contra uma força do espaço chamada A Colmeia. A nova recruta Molly e o agente H se cruzam na tentativa de desvendar o assassinato encomendado de um importante alien da realeza espacial.
Apesar da sinopse dar indícios de que este pode ser um longa, talvez mais sério, ou no minimo com forte teor investigativo, não se deixe enganar. MIB: Internacional, não foge de suas origens, indo ainda mais fundo e embarcando descaradamente na comédia. Os fãs de longa data certamente vão gostar das referências às produções originais, apesar de escassas, entretanto prepare-se para surpreender com muitas piadócas intercaladas com momentos de ação e tiroteios com armas lasers.
O roteiro de Matthew Hollaway e Arthur Marcum tem momentos realmente frenéticos, mas acaba por deixar de lado importantes elementos da franquia. Era fácil notar, nos filmes anteriores, a cada aparição do agente K (Tommy Lee Jones) um tom solene, seja na demonstração pelo amor ao trabalho e aos mistérios do espaço, como na velha fórmula da passagem de bastão para a nova geração, representada no primeiro longa por Will Smith. Quando a história seguiu, ainda sentíamos um algo a mais no pano de fundo, aqui esta química deveria acontecer entre Liam Nesson e Chris Hemsworth, que passam longe de entregar qualquer coisa parecida. A direção de F. Gary Gray não chega a incomodar, entretanto dedica muito tempo a tiroteios e perseguições, tudo muito gráfico, bonito e bem feito, mas que foge um pouco a discrição que a agência dos Homens de Preto pregavam nos filmes originais.
Se o longa tem algo de bom a oferecer está na figura de Emma Thompson, que retorna no papel da agente chefe da sede de Nova York. Mesmo pouco aproveitada, a personagem tem duas funções bem estabelecidas, uma como ligação direta a franquia original e outra como uma mentora para Molly, ambas bem desempenhadas e carregadas com diálogos repletos de significados. Tessa Thompsom também desempenha bem seu papel, que apesar de apresentar problemas mínimos em seu desenvolvimento, a atriz tira de letra mostrando que é sim uma forte candidata para protagonizar diversos projetos que venham pela frente. Em tempo de alegorias sociais, ainda vale ressaltar o forte significado que tem nessas duas personagens para a causa feminista, mulheres fortes e inteligentes que facilmente roubam o protagonismo de maneira natural e tranquila, talvez nem tanto pelo roteiro, mas sim pela qualidade das atrizes. É fácil, durante o filme, se pegar desejando mais cenas, mais diálogos e mais ação envolvendo essas duas.
MIB:Internacional se torna uma aposta, uma tentativa de colocara franquia em um novo caminho, talvez para um novo público. Não se pode dizer que é melhor ou pior que as produções originais, apenas diferente. Os caminhos e as possibilidades pela frente são muitos. E isso, definitivamente, é ótimo.