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Crítica – Maxxxine

Ainda aquém de seus antecessores, X- A Marca da Morte e Pearl, Maxxxine chega aos cinemas elevando o nível de produção para destacar o trabalho de Ti West e enfim estabelecer Mia Goth como uma grande estrela.   

Para qualquer um que goste de se aventurar pelo gênero do terror, principalmente o slasher, é sempre bom lembrar que talvez este seja o estilo cinematográfico que mais sofreu nas mãos do conservadorismo. Seja ditando a regra de que apenas uma garota “pura” pode conseguir sobreviver a qualquer mal, ou mesmo esbravejando fúria em piquetes montados do lado de fora dos estúdios. E é exatamente desta fonte que o diretor Ti West vai beber, para encontrar a real motivação por trás de Maxxxine.

Na história, acompanhamos uma sequência direta de X- A Marca da Morte, onde anos após o massacre na fazenda, Maxine Minxs (Mia Goth) tenta alcançar o estrelato em uma conturbada Hollywood dos anos 80. Vivendo de conteúdos adultos, enfim a aspirante a atriz consegue um papel de destaque em uma grande produção. Mas é nesse momento que o passado bate à porta, com uma enigmática figura tentando chantagear Maxine com vídeos do ocorrido de anos antes. Agora Maxine fará de tudo para que o seu passado não atrapalhe seus planos para se tornar uma estrela de cinema.

Ainda que o filme carregue uma ótima produção, ambientação e atuações extremamente competentes de um elenco verdadeiramente estrelado, fatalmente Maxxxine se torna, talvez, o capitulo menos importante e empolgante desta franquia. Se X- A Marca da Morte, ganhava pontos por se aprofundar no subgênero slasher e arrancar inúmeras diferentes sensações da audiência, esta sequência apenas agrada e diverte, mas caminha por um lugar comum.

Inegavelmente existe uma sensação de que quanto mais a franquia cresceu ao longo destes anos, mais a produção ganhou notoriedade, consequentemente, mais o filme precisou se encaixar dentro de alguns padrões. As doses homeopáticas de ousadia, provavelmente, podem incomodar aqueles que esperavam um pouco mais.

Entretanto, ainda que o longa deixe a desejar, principalmente em questões de subtexto, Ti West encarna uma versão “tarantinesca” para fazer um passeio pela clássica Hollywood. De referências diretas a indiretas ao cinema do terror, o filme é um prato cheio para quem acompanha o gênero. No fim, Maxxxine conclui uma trilogia que não tem cara de trilogia. Três ótimas produções que separadas parecem brilhar mais do que como parte uma franquia. Para quem ama o gênero, uma experiência excelente, para que esperava uma conclusão épica da história, esses podem sair bem desapontados.