Crítica – M3gan
Divertida, acida e debochada. Assim chega aos cinemas a mais nova boneca assassina de Hollywood, M3GAN.
Para todos aqueles que esperam um filme de terror slasher convencional, regado a muito sangue e cenas violentas de mortes bizarras, já aviso que a última coisa que M3GAN se preocupa em ser é convencional. Tentando ao máximo se destacar, e evitar comparações óbvias com Chucky, o longa aposta na bizarrice da boneca e em um improvável equilíbrio de roteiro, que consegue levar a produção da comédia ao suspense em segundos.
A trama acompanha a vida de Gemma (Allison Williams), uma brilhante roboticista que usa seu talento desenvolvendo brinquedos para uma empresa. Quando Cady (Violet McGraw), sua sobrinha órfã, vai morar em sua casa, Gemma resolve testar um protótipo de boneca hiper-realista, dona de uma potente inteligência artificial. Não demora até que a bonequinha saia de controle de maneira aterrorizante.
Ainda que a produção venha do ótimo catálogo da Blumhouse e tenha James Wan como idealizador do projeto, é notável o esforço da roteirista Akela Cooper e do diretor Gerard Johnstone em fazer do filme algo um tanto mais leve, com boas doses, inclusive, de comédia.
De longe o maior destaque de M3GAN está no roteiro, sua história é contada como um ótimo suspense, mas foge das formulas batidas ao evitar focar nas mortes para estabelecer conexão entre os personagens, e principalmente, evolução. A produção ainda encontra tempo para levantar temas interessantes sobre inteligências artificiais e até mesmo sobre a criação dos filhos em meio a tanta tecnologia, tudo sem cair na armadilha de se aprofundar demais e perder o foco principal.
Tentar assistir M3GAN como um filme de terror clássico, talvez estrague um pouco a sua experiência, afinal este não é foco do filme. Vale conferir nos cinemas, mas vá com mente mais aberta e pronto para soltar até algumas risadas.