Crítica – Halloween Ends
Enfim o prometido final da mais icônica saga do cinema de terror slasher chega aos cinemas, ainda violento, direto e em certo ponto, até filosófico.
A história acontece anos após os eventos de Halloween Kills, Michel Myers (James Jude Courtney) está desaparecido, enquanto Laurie Strode (Jemie Lee Curtis) enfim decide se libertar desse fantasma e abraçar sua vida e sua liberdade. Entretanto, uma brincadeira de Halloween leva a morte de uma criança, o episódio, desencadeia uma cascata de violência e medo na cidade, provando que o mal sempre está a espreita, basta abrirmos a porta.
Em certo ponto, Halloween Ends é muito mais um ensaio sobre o “mau” e suas diferentes faces, tema já debatido no longa anterior, do que de fato um final épico para a uma grande franquia. É nítido que desde Halloween Kills vemos cada vez menos os velhos protagonistas e a trama da cada vez mais espaço para debater como o todo aquele horror afeta a cidade, essa decisão, acerta e da um novo folego a já batida formula do terror slasher, por outro lado, almejar dar um fim a essa história sem destacar dignamente Laurie Strode e Michel Myers, pode incomodar bastante os fãs do gênero.
Não entenda mal, o filme é extremamente eficiente em criar um clima de tensão durante todos os seus arcos. A direção de David Gordon Green, remonta a visão dos clássicos dos anos 80, com certa perfeição, inclusive com um leve granulado na fotografia. O que incomoda é sim o roteiro. Ao mesmo tempo que tenta trazer algo novo, ainda que no campo filosófico, ele conta com vários clichês batidos tirando a força da história e deixando tudo bastante previsível.
Enquanto um ato final de uma grande saga, Halloween Ends parece cumprir seu papel com certo pesar, sem força ou coragem para criar um ato final digno. De fato temos um ponto final aqui, mas basta uma forcinha para notar várias portas deixadas intencionalmente abertas, seja para o retorno de velhos conhecidos ou mesmo para o inicio de uma nova jornada dentro desse universo. O que tinha muito potencial para ser um adeus contundente, acabou por deixar um gosto amargo de até logo.