Crítica – Deadpool
Muito humor, ultraviolência, palavrões e mais um pouco de humor. Finalmente podemos conferir uma digna adaptação para as telonas de Deadpool, o anti-herói mais surtado dos quadrinhos.
Depois da tragédia que foi ver o Mercenário Tagarela tão descaracterizado em X-Men Origens: Wolverine, aqui, é possível dizer que raras foram as vezes que a essência de um personagem foi tão bem preservada em uma adaptação para o cinema, ponto para Ryan Reynolds, que ficou à frente do projeto desde o início e não poupou esforços para fazer do filme um retrato fiel da HQ.
Talvez o maior acerto do longa esteja em seu roteiro, repleto de piadas boas, infames e hilárias, deboches certeiros e várias referências a personagens e personalidades da cultura pop, incluindo comentários afiados sobre os atores James McAvoy e Patrick Stewart. Um grande trabalho realizado pela dupla Rhett Reese e Paul Wernick, a mesma de Zumbilândia.
Entretanto, o mesmo fator que dá destaque ao filme também acaba sendo seu ponto negativo. Apesar de bem representado, Deadpool peca em entregar uma história simples, a mesma vista em tantos vídeos de divulgação do filme até aqui. Wade Wilson descobre que tem câncer e que não tem muito tempo. Sem saída ele se alista em um programa clandestino que implementa mutações no DNA dos voluntários. Após adquirir um invejável fator de cura e uma grotesca aparência, Wade vai atrás do responsável pela experiência, que por sua vez, usa seu grande amor como escudo. E é isso. Quem espera ter uma grande surpresa, ou uma virada espetacular, pode sair decepcionado da sala de cinema.
Como entretenimento de boa qualidade, ou como uma possível virada nas adaptações de gosto duvidoso da FOX, o filme vale. Apesar de entregar apenas “mais uma história de origem de herói”, Deadpool é fiel em seu objetivo adaptando com muita irreverencia um dos personagens mais surtados no mundo nerd.