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Crítica – Cursed: A Lenda do Lago

Cursed: A Lenda do Lago, ganha pontos ao tentar reimaginar os velhos Contos Arthurianos através de uma novo prisma, mas peca em apresentar uma produção simplista e atuações medianas.

Baseado no livro de Tom Wheeler e ilustrado por Frank Miller, a série acompanha a história de Nimue, interpretada por Katherine Langford (13 Reasons Why), uma jovem feérica que vive em um pequena vila. As coisas se complicam, quando seu povo é atacado pelos Paladinos Vermelhos, um braço bélico e extremista da Igreja Católica, que pretende expurgar toda criatura mágica do mundo. Nimue, então recebe a missão, entregar a misteriosa Espada do Poder ao famoso Mago Merlin (Gustaf Skarsgård).

Ainda que a série ganhe um certo destaque por levantar algumas importantes bandeiras sociais, colocando uma mulher como protagonista e trazendo diversidade a saga, inclusive com um interprete negro para a famosa figura de Arthur, a baixa qualidade de produção, roteiro e atuação falam mais alto e colocam a série no caminho para um tom jocoso, de baixo orçamento.

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Apesar dos pesares, Katherine Langford, ainda consegue trazer algum brilho à tela. A protagonista das primeiras temporadas de 13 Reasons Why, transparece uma notória entrega a personagem. Ainda que o roteiro tente, sem sucesso, pintar Nimue como sua própria versão de Daenerys Targaryen, de Game of Thrones, a atriz segura as pontas e se mantem regular mesmo nos piores momentos. Por sua vez, Gustaf Skarsgård, que da vida ao famoso Mago Merlin, traz leveza a tela. Mais uma vez, ainda que o roteiro desperdice o personagem e o ator, com reviravoltas tolas, idas e vindas sem sentido e um desenvolvimento frio, ainda assim, Gustaf consegue arrancar alguns sorrisos dos espectadores.

Talvez o principal problema de Cursed: A Lenda do Lago tenha sido o trabalho prévio de divulgação que, por vezes, tratou a série como uma prequel dos Contos Arthurianos originais, quando na verdade se trata de uma tentativa de conquistar o público jovem. Desde a escolha do casting, até mesmo a vinheta de abertura, é possível notar claramente referências a outras produções da Netflix para este nicho.

Cursed pode até não ser a pior coisa que você verá na Netflix, mas entre tentar referenciar obras como Vikings, Game of Thrones e até mesmo The Witcher, a série perde qualquer chance de se tornar original, falhando em estabelecer seu próprio universo, com suas próprias regras. Uma pena, afinal os Contos Arthurianos, tem muita coisa boa para ser explorada e um espaço gigante para entrar fundo nos debates sociais que Cursed tenta, mas nem de longe se aprofunda.

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