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Crítica – Cobra Kai | Temporada 3

A terceira temporada de Cobra Kai faz sua estreia no primeiro dia de 2021 e trás consigo uma intensão bem simples, fazer rir, chorar e principalmente não se levar a sério.

Duas temporadas depois do desembarque na Netflix, a tarefa de superar a expectativa criada pelos fãs era difícil, ainda que a ideia fosse beber da fonte da trilogia original de Karate Kid, equilibrar nostalgia e originalidade poderia levar a exaustão e se tornar um problema. Poderia, pois ainda que a terceira temporada de Cobra Kai escorregue em alguns aspectos, entrega um resultado fantástico.

Após os eventos violentos ao final do segundo ano da série, que acabou por deixar sérias sequelas em Miguel (Xolo Mariduena) encontramos agora os personagens lidando com as consequências. Assim como no terceiro longa, da trilogia que deu origem a série, o sentimento explorado é o medo. O medo inspirado por Kreese (Martin Kove) e sentido por aqueles que sofrem nas mãos dos alunos do Cobra Kai. No núcleo adulto da trama, Johnny (Willian Zabka) abraça de vez seu lado paterno tentando uma reconciliação com seu filho Robby (Tanner Buchanan) enquanto se envolve no tratamento e recuperação de Miguel.  Já Daniel Larusso (Ralph Macchio) precisa retornar ao Japão para salvar sua loja de carros, por lá, sua jornada ganha um novo sentindo ao reencontrar velhos conhecidos.

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Se em algum momento a série flertou com a ideia de “passar o bastão” para uma nova geração, esta terceira temporada parece indicar que o caminho não será tão simples. Os produtores notaram que o maior trunfo da série esta em sua nostalgia e isso é aprofundado ainda mais aqui. Além da visita de Daniel à Okinawa, cenário do segundo filme, pela primeira vez acompanhamos a formação de John Kreese, desde sua entrada no exército americano, a ida ao Vietnã, o treinamento em artes marciais e até mesmo um vislumbre da inspiração para nome Cobra Kai.

Em tempos de produções mais sérias e sisudas, Cobra Kai mergulha em tramas absurdas típicas dos anos 80 e abraça a galhofa sem se levar tão a sério. “Afinal qual o problema dessa cidade com o Karate?” diz uma personagem ao ver jovens protagonizando cenas absurdas de lutas em shoppings, praças e parques sem qualquer intervenção da policia.

Isso pode não agradar todo mundo, principalmente uma nova geração, mas até aí, esta nem é a proposta. A ideia geral é usar e abusar da nostalgia, se sair caricato, tudo bem. Afinal, o filme original também não era nada pé no chão, não é mesmo?

Entretanto, ainda que a série tenha vários acertos, a nítida perda de ritmo ao longo dos 10 episódios é evidente, e incomoda. Obviamente, este ano tem o papel e recuperar personagens e colocar cada peça em seu lugar, tudo para o grande confronto deixado para a quarta temporada. Mas o adiamento da “batalha final” deixa um vácuo de história, esticando diálogos e adicionando tramas menores que não parecem levar a lugar algum. Se para os produtores da série, a produção tem muita história para ser contada ainda, este é um problema que deve ser resolvido de imediato.

No fim, Cobra Kai mantem seu nível como atração, cresce em vários aspectos e ainda prepara terreno para um próximo ano onde, se tudo der certo, tem potencial para ser o melhor até então.

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