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Crítica – Besouro Azul

Completamente ciente de seu tamanho e com uma história simples mas cheia de paixão, Besouro Azul chega aos cinemas brasileiros repleto de representatividade e muita emoção.

Em tempos de produções megalomaníacas, que notoriamente se preocupam mais em vender o próximo grande blockbuster, ou mesmo comercializar uma ideia vazia de universo compartilhado, é fácil entender como a simplicidade de Besouro Azul desagua em um entretenimento puro, genuíno e descomplicado.

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Na trama acompanhamos Jaime Reyes (Xolo Madurña), um jovem tipicamente de família latina que retorna para sua cidade natal após concluir a universidade. Uma vez de volta, Jaime descobre que o bairro onde cresceu está sendo completamente apagado pela grande corporação das Industrias Kord. Tudo muda quando Jenny (Bruna Marquezine), entrega ao jovem um artefato alienígena que lhe confere poderes fantásticos. Agora cabe a Jaime não deixar que esse artefato caia em mão erradas, enquanto usa desse poder para salvar sua família e seu bairro.

Talvez a melhor maneira de aproveitar produções como a de Besouro Azul em sua totalidade, seja tentar se desintoxicar minimamente da exploração do “gênero” Super-Herói nos cinemas. A fórmula usada a exaustão condicionou o pensamento do público a sempre esperar algo grandioso, uma aventura épica que liga à próxima, e à próxima, e assim por diante. Em meio a tantas sagas e universos compartilhados pode ser difícil apreciar uma história mais simples e sem grandes pretensões.

Mas apesar de toda essa simplicidade, não se engane. Besouro Azul ainda é um filme instalado dentro de um universo. Diálogos expositivos citando o Superman em Metropólis, ou mesmo o Flash em Central City, ainda estão ali, entretanto funcionam como alegorias adicionais. O coração do roteiro, está mesmo na jornada de Jaime e em toda a representatividade que sua família carrega.

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Representatividade, alias, que parece ser o mote principal do filme. Tão bem feito que se abre em uma das sequências mais emocionantes do longa. E ainda que carregue consigo o clichê de que a família é a verdadeira força, existe um momento chave no filme em que isso é mostrado de uma forma tão linda, que fica difícil não se deixar levar pela emoção.

Obviamente, seria leviano terminar o texto sem citar talvez o maior destaque do filme, ou ao menos a maior surpresa. Bruna Marquezine enfim alcança um merecido lugar de destaque na maior indústria cinematográfica do mundo. A atriz bate de frente com nomes consagrados de Hollywood, como Susan Sarandon e termina não devendo nada. O casamento entre elenco e roteiro não poderia dar mias certo, afinal o que não falta na atuação da brasileira é coração.

No fim, o maior mérito de Besouro Azul, não está em sua grandiosidade, em um roteiro memorável ou mesmo em ser o filme que dará início a um novíssimo universo compartilhado. Mas sim em sua capacidade de contar uma história simples, uma aventura descomplicada que se aproveita da guarda baixa do expectador para propor reflexões um pouco mais profundas sobre raízes culturais e família. E só por isso já da pra cravar, é sim um das produções que melhor entendeu seu material original, a história em quadrinho.

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