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Crítica – Aquaman 2: O Reino Perdido

Oficialmente colocando um ponto final em um universo compartilhado conturbado e, por vezes, pouco eficiente em sua proposta, Aquaman 2: O Reino Perdido, chega aos cinemas entendendo seu propósito, entregando uma aventura leve e divertida, mas principalmente, comprometida com a própria mitologia do herói.

Na história, acompanhamos a vida de Arthur Curry (Jason Momoa), agora casado com Mera (Amber Heard) e pai de Arthur Junior. O personagem divide sua vida entre ser um herói para o mundo, um pai responsável para sua família e um rei, para milhões de seres em Atlântida que dependem de suas decisões. Tudo muda, quando um vilão de seu passado, o Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II), consegue por as mãos em um artefato antigo e poderoso, que pode colocar não apenas o herói em perigo, mas o mundo inteiro.

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Sem se preocupar, nem por um instante, com o peso de se tornar a produção que coloca um ponto final no, agora extinto, DCEU, Aquaman 2 ganha pontos por se manter firme a história que quer contar e gerar importância apenas com seu próprio universo. O roteiro, ainda que simples, deixa de lado qualquer participação especial boba e recorre a própria mitologia do herói para solucionar os problemas apresentados, e principalmente, evoluir seus personagens principais.

Ainda que a simplicidade da história possa, com certeza, incomodar parte da audiência sedenta por alguma coisa mais audaciosa e um roteiro mais intrincado, deve-se aqui enxergar as várias camadas propostas por James Wan. Se já não cabia qualquer dúvida sobre a qualidade do diretor no filme anterior, que produziu cenas tanto de lutas quanto de perseguições que literalmente tiraram o fôlego da audiência, desta vez, em tela, somos apresentados a um amalgama muito bem executado que remete diretamente a 20 anos do melhor do cinema de aventura. Para olhos mais apurados, não deve ser difícil encontrar dezenas de referências a diversas franquias de sucesso.

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Mas ainda que finalmente, tenhamos um filme da DC Comics que encontrou seu lugar ao sol, nem mesmo isso é suficiente para fazer o longa escapar de um sentimento de vazio. Afinal, estamos assistindo uma última produção que não contará com qualquer tipo de sequência. Não importa o que aconteça aqui, nenhum futuro será impactado, nenhum personagem irá retornar e nenhuma decisão será levada em conta. Ainda que a história contada seja boa, fica muito complicado para a audiência criar qualquer tipo de vinculo emocional com o filme. Some a isso uma atuação quase desinteressada de Jason Momoa, a espetacularização de um problema pessoal de Amber Heard e o pífio sucesso alcançado pelas últimas produções do gênero nos cinemas e a receita está completa para mais um desastre cinematográfico para a Warner.

No fim, o apagar das luzes de um quase universo compartilhado não foi mais do que apenas melancólico. Em uma produção que encontra seu tom tarde demais, para um público já cansado de piadinhas bobas e fórmulas batidas. Aos fãs, só resta esperar por dias melhores em uma nova gestão que empolga mais a cada dia.

Para o Aquaman, fica a certeza de que definitivamente o herói mudou de patamar. Se no passado já sofreu, ridicularizado por ser aquele que apenas “fala com peixes”, hoje sabemos que o herói é muito mais que isso. Um personagem completo, dono de uma mitologia sem igual. Que em sua nova fase, a DC continue fazendo um bom uso de Arthur Curry.

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