Crítica – Annabelle 3
Em seu terceiro filme solo, vemos Annabelle traumatizar mais um grupo de pessoas. A primeira aparição dela foi em Invocação do Mal (2013) e aparentemente se tornou o personagem favorito do público, ou o mais rentável para esse ‘universo Invocação do Mal’.
Os Warren vão viajar e deixam sua filha aos cuidados da babá Mary Ellen (Madison Iseman). Por muita ingenuidade dela, sua amiga irritantemente curiosa e burra, Daniela (Katie Sarife), consegue achar a chave que tranca o cômodo mais perigoso da casa, que na vida real é o Museu do Ocultismo. Na ausência do casal as coisas ficam mais difíceis de se resolver. Infelizmente tirá-los da jogada foi necessário para que fosse mais fácil e crível tudo acontecer. Mas não fiquem tão tristes, porque tem uma aparição deles bem interessante no início do filme e que introduz o poder de Annabelle.
O filme funciona por conta da curiosidade e extrema obsessão de Daniela pela casa dos Warren. Essa obsessão fica bem clara depois e torna-se mais fácil aceitar como tudo começou a dar errado. É a segunda vez que usam o artifício da curiosidade misturada com burrice em um flime desse tal ‘universo Invocação do Mal’ que estão chamando por aí. Essa artimanha já está batida entre os filmes de terror, mas se fez necessária. Para justificar, nenhum personagem sabe de fato que está em um filme de terror, até acontecer alguma coisa, não é?
O fato é que a história é literalmente apenas isso. Libertar a boneca do vidro e presenciar a pior experiência sobrenatural da vida dessas garotas.
Apesar da simplicidade da história, o filme consegue caminhar em um ritmo bom. Explora muito mais o cômodo amaldiçoado, os artefatos macabros e mais um pouco do poder da boneca. Ela se aproveita muito dos medos, a culpa dos personagens e usa falsos espíritos para enganá-los. Mas sabemos que a todo o tempo é o ‘demo’.
Pela trama se limitar apenas em uma casa e praticamente não ter planos externos, a criatividade teve que ser grande e a redução dos sustos foi visível, ao contrário de Annabelle: Criação do Mal, que não deu nenhuma trégua para os corações. Em Annabelle: De volta para casa, a preocupação maior foi em deixar o clima bem tenso e não preparar muito o telespectador para os sustos que estão por vir.
Gary Dauberman estreou na direção, mas já trabalha com a Annabelle desde o primeiro filme como roteirista. Já está por dentro do universo do terror e também escreveu It– parte 1 e 2 e A Freira.
Apesar de o filme não contar nada novo, ele é divertido e assustador. Creio que a história não tenha mais para onde ir, já que o ‘ponto final’ da boneca é a casa dos Warren, atual Museu do Ocultismo, onde ela está até hoje.