Crítica – Alien: Romulus
Aterrorizante e claustrofóbico, Alien: Romulus deixa de lado qualquer tipo de pretensão em discutir assuntos desnecessários, para focar em resgatar o icônico tom de terror da produção original. Um acerto monumental para uma franquia que já se mostrava desgastada nos últimos anos.
Se em um passado recente, o anúncio de uma nova produção de Alien, era motivo de frio na espinha para toda uma base de fãs apaixonados. Hoje, nas competentes mãos do diretor Fede Álvarez, a franquia ganha um fôlego gigantesco com o que pode ser uma das maiores surpresas do ano.
Na trama, acompanhamos a história de Rain (Cailee Spaeny), uma jovem órfã que vive como um dos milhares de trabalhadores de uma colônia espacial dirigida por uma inescrupulosa corporação. Focada em deixar essa vida para trás e conseguir escapar dessa situação, Rain, acompanhada de seu “irmão”, um sintético chamado Andy (David Jonsson), embarcam em uma missão, com uma jovem tripulação, para recuperar suprimentos de uma estação espacial abandonada. Tudo faz parte do plano para que eles possam fugir da colônia. O que eles não esperavam, é que a estação espacial Romulus abrigava um laboratório que estudava uma perigosa forma de vida. Agora cabe a Rain e sua tripulação, não apenas saírem vivos dessa, mas também, impedir que esta forma de vida chegue até a civilização.
Muito além de valer como uma ótima produção, Fede Álvarez faz de Alien: Romulus uma verdadeira carta de amor ao trabalho de Ridley Scott e James Camaron, mesclando com maestria todo seu timming de horror ao que a franquia já teve de melhor desde sua produção original em 79. Vale mencionar aqui, que o longa se passa entre Alien: O Oitavo Passageiro e Aliens: O Resgate, e o cuidado estético que o filme toma com essa cronologia, é simplesmente fantástico.
O roteiro, mesmo que simples e direto, não se permite desviar do caminho com discussões existenciais. Ainda que o pano de fundo pincele situações e diálogos extremamente ilustrativos, principalmente sobre como grandes corporações são nocivas e perigosas, o foco é total no ritmo da história que é contada.
Álvarez já mostrava uma notória capacidade em trabalhar com elementos fundamentais do terror, seja em O Homem nas Trevas, ou mais recentemente, em A Morte do Demônio e principalmente agora, em Alien: Romulus, o diretor de destaca por suas composições de cena apuradas e principalmente em alcançar um estado contando de tensão, mais do que o suficiente para deixar o espectador atento apreensivo durante todo o tempo.
A escolha do elenco é outro acerto irretocável da produção, todos tem seus momentos te destaque, mas o destaque fica por conta de Isabela Merced, que mesmo com tempo de tela reduzido, faz valer cada segundo em cenas perturbadoras e angustiantes. Já Cailee Spaeny, entrega uma protagonista digna de ocupar o lugar da icônica Ripley, vivida por Sigourney Weaver, no clássico de 79. A sua maneira, Spaeny, transmite força e determinação a cada nova cena. O carisma da atriz é nítido e por vários momentos carrega produção quase que sozinha.
Por fim, provando que nem toda franquia precisa mergulhar em suas próprias filosofias e preparar explicações para todas as questões que aparecem, Alien: Romulus, se esforça apenas em tirar o máximo de seu diretor enquanto conta uma boa história. E no fim, isso basta.