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Crítica – Adão Negro

Por todas as vezes que ouvíamos Dwayne Johnson dizer que, a hierarquia do Universo DC estava prestes a mudar com a chegada de Adão Negro, jamais imaginávamos que ele estivesse se referindo muito além da força dos personagens em tela, mas também de todo o rumo que ele estava organizando dentro de um bagunçado e desacreditado DCEU.

No longa, seguimos a história de Teth-Adam (Dwayne Johnson), que no passado foi um escravo que ganhou poderes mágicos e libertou seu povo das mãos de um rei tirano. Após milênios desaparecido, o salvador do lendário reino de Kahndaq retorna, porém, seus poderes com potencial imensurável de destruição, chamam a atenção de Amanda Waller (Viola Davis) e da Sociedade da Justiça, que assumem a missão de impedir que o vigilante se torne uma ameaça gigantesca.

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Repleto de batalhas grandiosas e se esforçando ao máximo para fazer de cada momento um épico, é preciso entender que a produção de Adão Negro tem um compromisso muito claro com a diversão e com o entretenimento. Muito longe de querer se aprofundar em dilemas morais ou discussões filosóficas, a intenção aqui é bastante simples, divertir e encher os olhos. Para tanto, a direção de Jaume Collet-Serra (Jungle Cruise) e a fotografia impecável de Lawrence Sher (Coringa), conseguem a proeza de criar cenas de ação tão grandiosas que realmente parecem tiradas diretamente das páginas dos quadrinhos, repletas de efeitos especiais bem competentes e soluções visuais interessantes em diversos momentos do longa.

A bem da verdade, todo esse comprometimento com o entretenimento leve ainda não paga algumas escorregadas do roteiro. Escrito por Adam Sztykiel, Rory Heines e Sohrab Noshrvani, é nítida a intenção de abusar mesmo dos clichês do “gênero”, inclusive com pitadas de humor bobo. Entretanto, ainda assim, a história flerta com temas interessantes, é fácil para o espectador traças um paralelo entre a fictícia Kahndaq, o Iraque do mundo real e a politica intervencionista dos Estados Unidos, mas a ideia não passa de um ensaio esboçado, sem qualquer profundidade real sobre o tema. Isso acontece em vários outros momentos, onde a história a ponta para várias caminhos interessantes, mas opta por sempre seguir aquele mais simples.

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Em um elenco com nomes de peso, como Pierce Brosnan que da vida á um extraordinário Dr. Fate, vale ressaltar a dinâmica entre Quintessa Swindell (Cyclone) e Noah Centineo (Esmaga – Átomo). Atores jovens que trazem personalidade ao seus personagens e que sempre que podem acabam roubando a cena. Ainda existe muita história para esses dois e tomara que apareçam mais vezes.

No fim, Adão Negro de fato balançou a hierarquia de poder dentro da DC, não apenas nas telas mas também fora delas. Muito mais do que um ator, ou um produtor, Dwayne “The Rock” Johnson ganhou credibilidade com os fãs, mostrando que entende de quadrinhos e que escuta a audiência mais do que isso, dá voz a ela. Vale mencionar ainda que Walter Hamada, o presidente da DC, cumpre sua última semana no cargo e se depender da aprovação de Adão Negro, Johnson tem absolutamente tudo para assumir o posto.

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