Aquaman – Crítica
Admito que esta crítica poderia ter saído mais cedo, afinal tivemos a oportunidade de ver o filme na sexta passada, agradecimentos a CCXP. Mas estar em uma sala com mais 3500 nerds poderia nos levar a acreditar que a produção é muito melhor do que realmente é. Por isso mesmo, aguardamos até uma segunda “assistida” para comprovar a qualidade de Aquaman. E agora podemos dizer, o hype é real!
Em um misto da clássica jornada do herói relutante, que teima em não abraçar seu destino, com algumas pitadas de Indiana Jones e até mesmo O Senhor dos Anéis, James Wan comanda seu primeiro grande blockbuster e acerta em cheio, tanto no enredo como em ritmo da ação.
O roteiro trata de abordar, o inicio da história de Arthur Curry (Jason Momoa). Já apresentado em Liga da Justiça, aqui o longa transita entre flashbacks que revelam o passado do herói e como isso afeta sua vida após os evento do filme da equipe. Resistente a ideia de abraçar seu lado atlante, Arthur não tem nenhuma pretensão em conhecer seu segundo lar, até que uma iminente ameaça de guerra entre atlantes e o povo da superfície, orquestrada por seu meio irmão Rei Orm (Patrick Wilson), o coloca como o único que pode intervir para colocar fim na trama.
Talvez ainda seja muito cedo para dizer, mas Aquaman parece o retrato do novo caminho que a Warner quer traçar para os personagens da DC no cinema. Com uma história enxuta e uma trama direta, o longa tem mais tempo para trabalhar seu personagens, destaques para a Rainha Atlanna (Nicole Kidman), Vulko (Williem Defoe), Arraia Negra (Yahya Abdul-mateen II) e é claro Mera (Amber Heard). Todos personagens com camadas, que vão sendo desvendadas e desenvolvidas ao longo do filme. Como um todo, pode-se dizer que a produção esta fantástica, cenas incrivelmente lindas, dignas de serem comparadas aquelas quadros de página dupla, reconhecido pelos leitores de HQs.
Para todos aqueles que gostavam do estilo de filme de Zack Snyder, James Wan parece ser uma evolução pertinente, pegando tudo de melhor e deixando tudo o que não fazia mais sentido para os fãs, esqueça do “filtro” escuro, Aquaman e colorido sim! E isso é ótimo! E apesar de nomes conhecidos como o do próprio Snyder e outros como, Geoff Jhons estarem presentes nos créditos finais, este é um filme de James Wan. Um filme redondo, que finalmente não parece ter sofrido com as famigeradas interferências que o estúdio é acostumado. A produção é sim autoral, e faz referência até mesmo a outros gêneros, pelo qual o diretor é reconhecido, com o terror.
Se podemos dizer que o filme tem algum defeito, isso fica por parte do tempo. O longa, com mais de duas horas de duração, derrapa em seu segundo ato. Não por ser descartável, mas por uma visível perda de ritmo, muitos fatos precisavam de explicação, mas todas as explicações não precisavam estar todas juntas no mesmo momento do filme. Aqui você sente que o longa esta grande de mais.
Ainda assim, o maior destaque do filme esta suas cenas de ação. Sem medo de abusar de planos sequência, as coreografias de lutas tiram o folego da plateia.
Aquaman parece marcar uma nova era de produções da DC Comics no cinema, achando um equilíbrio saudável entre a comédia e a aventura, o sério e o sombrio. E finalmente, tratando heróis como eles realmente são: Heróis!
E para quem possa interessar, a próxima adaptação deste universo a chegar nos cinemas é Shazam!, que é dirigido por David F. Sandberg, um nome que bebe da mesma fonte de James Wan e vem de trabalhos muito bons na New Line Cinema, exatamente como Wan. Este parece um futuro promissor para a Warner e para a DC Comics.