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Alien Covenant

Após a grande decepção que foi Prometheus, Ridley Scott traz de volta a franquia Alien aos cinemas com Alien: Covenant. A continuação se passa dez anos depois dos acontecimentos de Prometheus, e mostra como as coisas fogem do controle para uma equipe com a missão de colonizar um novo planeta, graças às decisões tomadas pelo capitão da nave Covenant.

Com baixíssimas expectativas geradas pelo seu antecessor, o filme acaba sendo bem satisfatório, apesar de não chegar nem perto do clássico de 1979. Mistérios que cercavam a franquia e eram preenchidos pela mente do espectador são quebrados, rebaixando o Xenomorfo a um vilão à la Jason Voorhees (Sexta-Feira 13), com direito a morte de casal em cena de sexo.

O grande destaque fica por conta de Michael Fassbender, que retorna ao papel do androide sintético David, além de interpretar outro robô chamado Walter. As cenas com os dois personagens interagindo são algumas das melhores do filme, graças à performance do ator. A diferença entre ambos é gritante, enquanto Walter é mais máquina, sendo bastante racional durante todo o filme, David é mais humano e passional.

Junto com Fassbender, a personagem vivida por Katherine Waterson é um dos poucos rostos memoráveis da trama, que fazem o protagonista realmente se importar, mas infelizmente nada mais é do que uma reciclagem da Ripley. Nem mesmo James Franco marca presença como deveria, o que foi um grande desperdício de aproveitamento do ator.

As outras atuações são totalmente esquecíveis, com personagens que estão ali apenas para morrer de forma brutal quando é conveniente, e cometem burrices inadmissíveis para tripulantes supostamente treinados para desbravar o espaço, dignas de comédias pastelão, tais como atirar em tanques de combustível e investigar ambientes inóspitos sem a mínima cautela.

Tecnicamente o filme é excelente, com visuais e efeitos fantásticos. O som é impecável, sendo muito bem dosado entre as cenas. Se o espectador estiver à procura de uma boa dose de sangue e ácido jorrando pra matar a saudade, ficará muito satisfeito, se o que busca são grandes momentos da mais pura ficção científica, nem tanto, pois o filme desanda um pouco nesse aspecto, causando certa confusão sobre seu real objetivo, transitando entre algo bem pipoca e uma obra mais séria, com grandes questões filosóficas e existenciais.

O longa é concluído de forma previsível, mas aceitável, e promete uma continuação, formando assim uma trilogia antecessora de Alien que chega a ser um tanto descartável. O fato é que enquanto existirem fãs, as franquias serão reaproveitadas. Porém ainda ficam alguns questionamentos: A origem do Xenomorfo precisava realmente ser contada? Ainda teremos um filme da franquia Alien à altura do primeiro?

 

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