Filmes

A comédia visual de Edgar Wright

Quem gosta de comédia visual deve amar Edgar Wright, um dos poucos cineastas que está constantemente encontrando humor através de enquadramento, movimento de câmera, edição, efeitos sonoros e música. Seu último filme, Baby Driver (Em Ritmo de Fuga), é uma surpresa tão boa que dá vontade de convencer todo mundo a passar aquelas duas horas de alegria na sala de cinema.

Pra quem não conhece (ou não lembra quem é) Edgar Wright, ele dirigiu a Trilogia do Sangue e Sorvete, também chamada de Trilogia Cornetto. Essa trilogia é uma visão bem divertida do diretor sobre os clássicos gêneros do cinema americano. Além de satirizar os clichês de Hollywood, temos aquele toque da comédia inglesa, com um humor sutil, inteligente e nem um pouco forçado. A trilogia conta com Shaun of the Dead (Todo Mundo Quase Morto) de 2004, que satiriza os filmes de zumbi, Hot Fuzz (Chumbo Grosso) de 2007, paródia de filmes de duplas de policiais, e The World’s End (Heróis de Ressaca) de 2013, uma sátira de filmes de apocalipse.

Todos os filmes têm alguma cena onde um personagem está com um Cornetto na mão, daí o nome, e todos os filmes são protagonizados por Simon Pegg (que também ajudou a escrever os filmes) e Nick Frost. Martin Freeman (o hobbit Bilbo Bolseiro) também aparece em todos eles.

Além disso, ele também é responsável pela adaptação de Scott Pilgrim Contra o Mundo para as telonas, que foi muito bem recebida pelos fãs dos quadrinhos, principalmente pela estética do filme. Parte do visual criado aproveita a origem de Scott nos quadrinhos, incluindo onomatopeias e influências de mangá. Wright ainda leva a estética dos games às telas, traduzindo em cores e gráficos toda uma geração de títulos clássicos da era dos 8 bits.

Outro projeto de Edgar Wright é o filme do Homem Formiga, que acabou abandonando devido a diferenças criativas com a Marvel Studios. Ele tinha personalidade demais para a Marvel, que gosta de engessar tudo à sua fórmula, dando pouca liberdade aos seus diretores.

Vale muito a pena conferir o trabalho desse cineasta, e não deixe de assistir Baby Driver, preferencialmente nas melhores salas de cinema, para poder aproveitar ao máximo a qualidade sonora do filme. O filme é a volta por cima de Edgar Wright, que voltou com toda a sua liberdade criativa, mesmo longe de sua zona de conforto (o Reino Unido e a colaboração com Simon Pegg e Nick Frost). O destaque do filme se dá pela forma com que som e imagem se tornam uma coisa só, fazendo de Baby Driver uma inovadora obra prima.

One thought on “A comédia visual de Edgar Wright

  • Parabéns e o artigo esta perfeito e bem explicativo sobre o
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