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Crítica – Twisters

Energético, caótico e extremamente lindo. É assim que Twisters chega aos cinemas brasileiros, revivendo velhos clássicos repaginados para toda uma geração de entusiastas dos famosos filmes catástrofes.

Quem viveu a época de produções como Impacto Profundo, Armageddon, Volcano, e o próprio Twister, sabe bem o quanto filmes assim podiam ser empolgantes. Vivenciar uma tragedia sem precedentes e ver como o mundo reagiria a ela, foi o passatempo de muita gente durante as tardes de domingo, principalmente na “Temperatura Máxima”. Ainda assim, o estilo foi perdendo espaço e qualidade, os roteiros ficaram previsíveis e a fonte de ideias parece ter esgotado.

Quase trinta anos depois, Twisters chega aos cinemas não apenas aproveitando velhas ideias, mas atualizando o estilo e modernizando a história. Se nos anos noventa produções do gênero já enxiam os olhos, imaginem hoje em dia.

Na trama acompanhamos Kate (Daisy Edgar-Jones), uma estudante de ciências climáticas que busca comprovar sua teoria de que é possível “domar” tornados, para que se possa evitar tragédias futuras. É dentro desta perspectiva que Kate passa por uma experiência traumática e acaba por abandonar a pesquisa de campo para se dedicar apenas ao trabalho burocrático. Dona de um olhar único sobre o tema, Kate é chamada de volta a ação por um antigo colega. Agora nossa protagonista embarca em uma aventura que vai coloca-la frente a frente contra seus piores medos dentro das piores tempestades.

Muito do que torna Twisters uma produção impecável, passa pelas mãos de seu diretor, Lee Isaac Chung. A sensibilidade que o diretor de Minari tem ao tratar dar ligações emocionais interpessoais ao longo das quase duas horas de produção, não apenas preenche a tela entre as cenas de ação, mas leva o espectador para mais perto dos personagens. Mas não espere um roteiro rebuscado, aqui a clássica jornada do herói é clara e básica, mas tão bem feita que encanta em seus mínimos detalhes.

Mas como nem tudo são flores, vale mencionar um incomodo que certamente mais pessoas poderão sentir. Twisters tende sempre a escolher um meio termo incomodo sobre se assumir como uma continuação do longa original de 96. Ainda que existam algumas ligações sutis, que indiquem que o filme ao menos compartilha o mesmo universo, falta uma posição mais clara sobre o tema. Propositalmente a produção perde uma chance clara de ligar os dois filmes, logo no inicio do terceiro ato, formando um inegável vazio. Ter a chance de rever Helen Hunt, Jami Gertz, ou ao menos Alan Ruck, mesmo que em uma pequena participação, teria sido realmente especial.

De toda forma, o que Twisters já chega como um blockbuster instantâneo. Uma verdadeira experiência cinematográfica que merece muito a sua atenção.