Crítica – O Urso do Pó Branco
Definitivamente é sempre bom encontrar um filme que conhece seu tamanho, suas limitações e não tem medo de abraçar a loucura da história que está contando. É exatamente assim com O Urso do Pó Branco.
Na trama, um improvável grupo formado por guardas florestais, policias, trilheiros, criminosos e adolescentes, acaba na mira de um urso que consumiu quantidades colossais de drogas, que foram arremessadas de um avião bem no meio de uma reserva natural. Agora, totalmente alterado pelo entorpecente, o animal inicia uma jornada frenética e violenta.
Com nuances de suspense e até uma pitada de terror, a produção engrena e agrada mesmo, quando abraça o seu lado mais trash. Sem qualquer receio de parecer bobo demais, o filme mergulha em um humor acido e cínico, que prefere deixar os diálogos rolarem soltos com o carisma de seu grande elenco, do que “sujar” a tela com uma edição mais agitada ou rebuscada do que o necessário.
Por falar em direção, Elizabeth Banks, conhecida por seus incontáveis trabalhos como atriz, debuta na cadeira de diretor com esta produção. Ainda que o longa se torne um desafio pela história completamente fora do comum, Banks consegue imprimir um ritmo que beira a perfeição, uma fotografia linda e uma edição que busca o tempo todo a atenção do espectador.
No elenco, repleto de nomes e rostos conhecidos, como Ray Liotta, Jesse Tyler Fergusson e Alden Ehrenreich, o destaque mesmo acaba indo para o elenco adolescente. Brooklynn Prince (Projeto Florida) e Christian Convery (Sweet Tooth), acabam se mostrando o coração do filme. Jovens, desbocados, verdadeiros e encantadores.
Se a produção peca em algum aspecto, é em não conseguir ir além do básico com sua história. Quando o filme se reduz ao que foi mostrado no trailer, pode causar uma certa estranheza no público, que naturalmente sempre espera mais. Por outro lado, quase sempre o básico, quando bem feito, tem lá seu charme e carisma, e aqui isso não é diferente.
O Urso do Pó Branco assume sua loucura e mira em quem procura boas e sinceras risadas no cinema, e nisso, ele acerta em cheio.