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Crítica – Thor: Amor e Trovão

Em meio a um mar de críticas aos fracos roteiros e efeitos visuais duvidosos nos últimos trabalhos apresentados pela Marvel, Thor: Amor e Trovão chega aos cinemas esbanjando carisma em uma das produções mais repletas de significados do estúdio nos últimos tempos.

Se lá atrás, no início do MCU, Thor era um dos pilares mais difíceis de se trabalhar, gerando dois filme pra lá de medianos, hoje, o Filho de Odin é sem dúvida um dos maiores e mais icônicos personagens em atividade. Tudo isso, é claro, passa pelo talento irretocável do diretor Taika Watiti, quem encontrou no timming cômico de Chris Hemsworth a saída perfeita para o personagem.

Aqui, no quarto filme do Deus do Trovão, como prometido pelo diretor, Thor passa pela fatídica “crise de meia idade“. Em uma busca incessante para descobrir quem é “Thor” sem as constantes batalhas e qual seria seu verdadeiro proposito dentro deste universo. O roteiro parte exatamente da onde vimos o personagem pela última vez, encarnando uma das “clássicas aventuras de Thor” agora ao lado dos Guardiões da Galáxia. Tudo vai bem até que o herói se depara com o chamado de uma antiga amiga, Lady Syf (Jaimie Alexander), que pede por socorro ao encontrar um novo vilão, que espreita pelas sombras caçando e assassinando Deuses. É aí que Thor precisa regressar à Asgard para salvar seus amigos da nova ameaça.

O roteiro parece bem mais simples do que realmente é, por trás de uma história simplista, Waititi, almeja entregar discussões elaboradas sobre amadurecimento, a busca pelo sentido da vida e até mesmo a fé.

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Para aqueles que receberam o excesso de humor do terceiro longa como algo negativo, sinto em informar que aqui o diretor soltou ainda mais a mão. Nada que estrague a experiência do expectador, entretanto é nítido que o estilo de Taika Waititi ganhou peso na produção. Por outro lado o ganho estético também recebeu um up. Regado a muito rock n’ roll em uma roupagem quase oitentista, o longa é um verdadeiro deleite audiovisual.

O filme conta ainda com o retorno de Natalie Portman como Jane Foster, em um arco muito parecido com a da personagem nos quadrinhos, a volta da atriz gera um ganho gigantesco no quesito atuação. Ainda que Portman pareça um pouco desconfortável quando precisa assumir o manto da figura de herói, todo o drama desenhado para a personagem funciona perfeitamente, muito graças ao talento da atriz.

Christian Bale na pele do vilão Gorr, vai pelo mesmo caminho de Natalie Portman. Para o longa, a história de seu personagem muda drasticamente em relação aos quadrinhos, mas tudo é feito visando algo maior, único e muito mais dramático. Funciona em todos os quesitos.

Talvez o que mais chame a atenção em Thor: Amor e Trovão seja a jornada do protagonista. Esta, enquanto quarta produção da franquia, pode soar um tanto exaustivo ou repetitivo, cenas de ação grandiosas separadas por pitadas de humor exagerado. Entretanto, se o expectador analisar este como mais um capitulo na jornada de Thor, o filme pode soar melhor. De um príncipe mimado, para um herói e protetor de Midgard, Vingador à Rei de Asgard. Do inicio do universo Marvel até hoje uma vida se passou para o protagonista e é aqui, neste filme, onde ele encontra a maturidade e a certeza para dar o próximo passo.

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Thor: Amor e Trovão não é perfeito, ainda esta longe disso. Duas horas não são o bastante para desenvolver os arcos e discussões propostas no roteiro, por vezes a produção até esboça algo realmente interessante, mas parece ter pressa em tocar a história adiante e cortar para a próxima cena de ação. Para os incansáveis fãs da famigerada “fórmula Marvel”, o filme cumpre todos os requisitos para agradar e ser um sucesso. Inclusive até mais do que outras produções recentes. Mas para aqueles que sempre esperam algo inovador, ou uma verdadeira experiência cinematográfica, esses podem ficar mais uma vez decepcionados.

Para fechar, vale mencionar que o filme tem duas cenas pós-créditos. Ambas empolgantes e principalmente importantes para o futuro do MCU, inclusive expandindo o ecossistema das divindades existentes por lá. então já sabe, nada de sair antes dos créditos acabarem!

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