Crítica – Lightyear
Mais de vinte anos após Andy ganhar seu brinquedo no clássico Toy Story, finalmente conhecemos o filme que deu origem a um dos bonecos mais icônico de uma das animações mais aclamadas de todos os tempos. Enfim chegou a hora de conhecer a história por trás de Lightyear!
Naquele universo, em 1995, o filme do Patrulheiro Espacial era considerado um épico de ficção cientifica. Na trama, acompanhamos o lendário Buzz e sua tripulação presos em um planeta não-habitado a 4,2 milhões de anos-luz da Terra. Sem perspectiva de obter a tecnologia necessária para deixar o planeta, todos tentam seguir com a vida ali mesmo, todos menos Buzz, que deseja a todo custo concertar o erro que os colocou naquela situação.
Verdade seja dita, Lyghtyear não é a melhor história já contada pela Pixar. Como de praxe, por vezes a trama flerta com um texto mais profundo, filosófico e existencialista. Até que ponto vale o esforço de mudar erros do passado ao invés de aproveitar o presente? Toda a discussão é ainda envelopada com uma temática de salto temporal, bem ao estilo Interestelar, de Christopher Nolan. Tudo isso até pode despertar o interesse do espectador, mas diferente de outras obras do estúdio, em certo ponto fica difícil se apegar aos personagem e a história contada.
Muito diferente de outros acertos fantásticos da Pixar, como Soul, Up e Lucas, Lightyear parece sofrer com a falta de criatividade no roteiro. Talvez o universo de Toy Story já não tenha mais tanto para oferecer após tantas sequências.
Ainda assim, vale ressaltar acertos gigantescos da animação. Se alguns dos personagens coadjuvantes não tem força para despertar qualquer interesse no público, isso não se aplica ao Sox. O gato-robô rouba a cena toda vez que aparece, cai entre nós, talvez o maior furo no roteiro seja por que Andy preferiu um boneco do Buzz ao invés do Sox. Também vale a pena falar sobre o abraço na representatividade que o estúdio finalmente concedeu a comunidade lgbtqia+, é necessário e já não era sem tempo.
Por fim, mas não menos importante, para aqueles que podem ficar curiosos com o resultado da dublagem de Marcos Mion para o personagem principal, é com paz no coração que eu digo, podem ficar tranquilos! Muito distante de outras celebridades que costumam emprestar sua voz a personagens icônicos, Mion faz um trabalho excelente, encontrando o tom certo para o Patrulheiro Espacial, ali pelo meio do filme não é difícil até esquecer que é o apresentador por trás do personagem.
Talvez o inquietante conforto banal em que o filme escolhe se estabelecer, seja proposital. Afinal, seria simples e esperado criar uma trama grandiosa repleta de referências óbvias a Star Wars e Star Trek. Mas talvez aqui o foco seja a simplicidade, apenas iniciando no público mais jovem uma jornada que os levará de volta a 1995 e ao clássico original.