Crítica – Jurassic World: Domínio
Com a promessa de encerrar a história iniciada ainda em 93, Jurassic World: Domínio, chega aos cinemas com uma produção de encher os olhos, mas com pouquíssima imaginação.
Jurassic World: Domínio, inicia sua história quatro anos após a destruição da Ilha Nublar, acontecimento visto no longa anterior. Agora, dinossauros e seres humanos compartilham recursos e espaços em uma tentativa de viver lado-a-lado. Entretanto, este frágil equilíbrio estabelecido é o que remodelará o futuro e determinará a existência e o domínio dos seres humanos no planeta.
Talvez o maior problema com essa produção seja o rumo escolhido para a história. Quiçá fosse mais simples, visando que este é desenhado para ser o último capitulo desta história, abraçar de vez as discussões filosóficas propostas desde o inicio da franquia. Mas ao tentar fazer muito diferente, a produção acaba por cair em um limbo pouco imaginativo, que por vezes, soa como uma paródia. Repleta de piadócas bobas e ironias que passam longe do “fanservice“.
Ainda que esta nova trilogia, iniciada em 2015, tenha requentado velhos dilemas como “cientistas brincando de Deus”, ou mesmo, “a natureza encontra um meio”, personagens como Claire Dearing (Bryce Dallas Howard) e Owen Grady (Chris Pratt), conseguiram trazer um certo frescor para a franquia que sobrevive com folego de sobra até hoje.
Mas se por um lado houve sucesso na revitalização, desta vez a imaginação parece ter acabado. Tendo como único pilar a nostalgia, o longa dirigido por Colin Treverrow, parece deixar de lado qualquer aprofundamento em história e se preocupa em ocupar seu tempo apenas com toneladas de homenagens a produção original e seu diretor, Steven Spielberg. Não entendam mal, para os fãs de Parque dos Dinossauros o filme é sim um prato cheio e repleto de cenas que certamente irão emocionar. Mas para aqueles que embarcaram na onda e esperavam algo um tanto mais criativo, mais desafiador ou uma história um pouco mais profunda, a produção pode parecer vazia. Sem alma.
Ainda assim, o capitulo final dessa aventura sabe bem quando impactar. A montagem espetacular de Mark Sanger, faz das cenas de ação um verdadeiro espetáculo a parte, com perseguições de tirar o folego e ainda buscando na memoria afetiva dos fãs aquela mesma emoção causada pela produção original em 1993.
Sobre tempo de tela e destaque, aí sim, a produção não teria como acertar mais. Aqui, temos a confirmação definitiva que essa nova trilogia é sobre Claire. O poder ade atuação de Bryce Dallas Howard é maximizado em uma história que de fato evolui e abrilhanta sua personagem. Por outro lado, desta vez, Pratt, definitivamente abraça sue papel como coadjuvante e suporte para a protagonista.
Com o retorno da trinca de personagens da trilogia original, também não tem erro. Talvez o motivo para trazer a dra. Ellie Sattler (Laura Dern), o dr. Alan Grant (Sam Neill) e Ian Malcolm (Jeff Goldblum) de volta possa soar um tanto simplista. Mas sinceramente? Vê-los em tela mais uma vez é tão emocionante que qualquer motivo seria válido para traze-los de volta.
No fim as contas, Jurassic World: Domínio pode acabar agradando por acertar em cheio no “hype” da nostalgia, entretanto o verdadeiro caldeirão em que a trama se transforma deve atrapalhar a experiência cinematográfica mesmo daqueles mais ansiosos pela produção. Ainda assim, vale ressaltar que as portas para uma futura visita a este universo permanecem abertas. Resta a esperança dos fãs para que em um futuro próximo possamos reencontrar, o agora, quinteto de protagonistas para uma nova aventura.