Crítica – Liga da Justiça Sombria: A Guerra de Apokolips
Ainda que nos cinemas a Warner não tenha conseguido sucesso adaptando o universo dos heróis da DC Comics, no terreno das animações a história parece ser outra. Encerrando um arco que se iniciou em 2014, Liga da Justiça Sombria: A Guerra de Apokolips, consegue alcançar um status totalmente novo e trazer um final espetacular para uma saga notável.
Comparações com o dramático final da maior rival nos cinemas é inevitável. A Guerra de Apokolips esta sim para este universo como Vingadores: Ultimato esta para a Marvel. Impactante, doloroso, esperançoso e genial.
A trama que teve inicio em 2014, com Liga da Justiça: Guerra, passou por nada mais do que 15 animações, que apresentaram os Jovens Titãs, o Esquadrão Suicida e a Liga da Justiça Sombria, além de várias outras aventuras clássicas, como A Morte do Superman e Batman: Silêncio. Todas dentro de uma roupagem única e dividindo o mesmo universo, baseando-se livremente na fase dos Novos 52 nos quadrinhos. Neste último longa, vemos a Liga da Justiça bolando um plano para derrotar de vez Darkseid, evitando que o poderoso vilão tenha qualquer chance de realizar mais uma invasão à Terra. Para Superman, Batman e Mulher Maravilha, a melhor saída é surpreender o Déspota, com um ataque derradeiro à Apokolips. Aqui é onde o roteiro destaca o longa mais do que qualquer outro, estabelecendo uma derrota escruciante para a Liga já nos primeiro minutos e dando um salto temporal de dois anos, colocando nas mãos de alguns heróis e vilões remanescentes a vontade de libertar a Terra das mãos de um poderoso e tirano Darkseid.
O longa é realmente um evento, para quem tem como referência todas as animações anteriores, é um deleite notar todos os pequenos detalhes. Ainda que você não tenha acompanhado os longas anteriores, conseguirá ficar por dentro da história, mas perderá alguma profundidade de roteiro no processo.
A Warner acerta em cheio, ao fazer dessa uma de suas obras mais sombrias e sangrentas. Para mostrar a dimensão dos poderes e do perigo causado pelo vilão, várias mortes ganham ares impactantes, com muito sangue e um sentimento de esperança perdida. Este, por sinal, é um dos pilares do filme, a esperança. O roteiro joga bem em não deixar claro o sucesso da missão, mantendo o espectador intranquilo até o final. Para tanto, a história mira na profundidade de seus personagens e não nas batalhas.
O maior destaque aqui talvez vá para Constantine, magistralmente dublado por Matt Ryan. O anti-herói inglês, serve de fio condutor para a trama, se nos quadrinhos foi estranho ver o personagem dividindo páginas com Superman, Batman ou Flash, aqui o mago parece ter um proposito maior em integrar este universo.
Assistir à Liga da Justiça Sombria: A Guerra de Apokolips, acaba por se tornar uma experiência completa. Se por ventura você não se sentiu ligado a esta leva de animações da DC Comics, ainda assim, ao final deste arco certamente se sentirá recompensado. Não apenas pelos ganhos gráficos, que enfim parecem ter alcançado uma certa excelência do estilo, mas também pelo ganho narrativo, que surpreendeu e encantou.
No futuro próximo a DC Comics e a Warner, não aprecem ter planos para unificar suas produções animadas em um mesmo universo, deixando diretores e roteiristas livres para contar e adaptar histórias únicas. A julgar pelo que foi visto até aqui, toda a equipe de animação tem crédito de sobra com os fãs.