Crítica – Jumanji: Próxima Fase
Abusando de um tom divertido e escapista, Jumanji: Próxima Fase, chega aos cinemas como uma continuação maior, melhor e repleta de novos desafios, em um cenário ainda mais difícil para seus personagens.
Ainda que alguns fãs do clássico estrelado por Robin Williams, considerem uma verdadeira afronta a nova roupagem do longa capitaneado por Dwayne “The Rock”Johnson, Jumanji: Bem-vindo a Selva, foi um dos longas mais rentáveis de 2017, ano de seu lançamento. Não atoa, a Sony tratou logo de trazer não apenas todo o elenco original, com algumas favoráveis adições, como roteiristas e diretor para esta potente sequência.
Diferente do que alguns poderiam esperar, o filme traz um tom mais dramático em seu inicio e nos momentos fora do game, colocando uma boa dose de profundidade em alguns personagens. Spencer (Alex Wolff), agora em Nova York, lida com uma certa pressão em não sentir que esta se saindo tão bem quanto seus amigos Fridge (Ser’Darius Blain), Martha (Morgan Turner) e Bethany (Madison Iseman). O retorno para a cidade natal ainda o coloca dividindo seu velho quarto com seu avô, Eddie, interpretado por um inspirado Danny DeVito, um típico senhor ranzinza e mau-humorado. A pressão do iminente encontro com os amigos e a visão pessimista da vida de seu avô, leva Spencer a entrar de novo no jogo. Sem saída, os velhos amigos embarcam para Jumanji na tentativa de encontra-lo e resgata-lo.
Sem dar muitos spoilers vale ressaltar as adições ao elenco, Danny DeVito e Donald Glover interagem como amigos de longa data, sócios em um restaurante, Glover escolhe se aposentar, forçando seu parceiro a fazer o mesmo, ainda que muito a contragosto. A briga perdura e afasta os amigos por anos, e é dentro do game que o entendimento tem de acontecer. A trama, por mais que pareca segundaria, em vários momentos parece ser o que move o filme, tratando de temas mais emocionais como amizade, perdão e renovação.
Outro ponto que merece destaque fica por conta dos “avatares” Dwayne Johnson, Karen Gillian, Jack Black e Kevin Hart, seguindo a lógica do primeiro filme, onde os jogadores adolescentes comandam os corpos adultos, aqui a brincadeira é levada à outro nível. Em uma troca incessante de corpos, por vezes o “jogador” troca de avatar e aí brilha a atuação de Jack Black e Kevin Hart, que precisam emular vozes e trejeitos praticamente trocando de personalidade em diversos momentos e arrancando boas risadas dos espectadores.
Desesperada para encontrar uma franquia para chamar de sua, a Sony parece ter apostado no “cavalo” certo com Jumanji. Ainda que distante do original, roteiro, direção e elenco parecem extremamente a vontade costurando essa nova aventura. Vale lembrar que o filme tem uma cena de “meio de crédito”, já preparando o terreno para uma sequência e o planejamento é sim surpreendente!