Crítica – Frozen 2
Seis anos se passaram desde o sucesso arrebatador de Frozen, em 2013. Durante seu lançamento a marca de maior bilheteria mundial para uma animação foi alcançada, fazendo de Elsa e Anna protagonistas de um fenômeno bilionário e surpreendendo a Disney. Com tanto sucesso é claro que o estúdio anunciou uma continuação, Frozen 2, em 2015.
No Brasil a continuação deve estrear somente no dia 2 de janeiro, mas nos EUA o filme já foi lançado e, mais uma vez, alcançou o título de maior bilheteria de abertura de uma animação. Nós já assistimos, e te explicamos porque Frozen 2 merece tudo isso:
Mais maduras do que no primeiro longa, Elsa e Anna voltam acompanhadas por seus fiéis escudeiros, o boneco de neve Olaf, o namorado de Anna, Kristoff, e a rena Sven. O amadurecimento de Elsa é visível, não só por suas roupas mais sóbrias e sérias, embora o toque de magia ainda esteja presente, mas principalmente por seu comportamento. A princesa de gelo agora é rainha, e governa Arendelle com uma facilidade invejável. O povoado cresce e prospera enquanto Elsa, Anna, Olaf, Kristoff e Sven vivem felizes, como uma família, algo que Anna sempre sonhou. A relação das duas irmãs também mudou a olhos vistos, se em Frozen Anna era a irmã mais nova ingênua, agora ela é a princesa alegre, forte, dona de si e que tem um relacionamento de igual pra igual com sua irmã mais velha, mesmo sem ter poderes de gelo. Agora Elsa e Anna fazem tudo juntas e contam uma com a outra, não há segredos entre elas. O protagonismo de Anna vai se mostrando enquanto a trama acontece e é coroado com o grande final.
A vida vai muito bem, mas, como era de se esperar, há uma reviravolta quando Elsa começa a ouvir uma melodia misteriosa a chamando. De início a rainha de gelo tenta ignorar, afinal ela não quer perder tudo o que conquistou indo atrás da voz, mas o chamado insistente a instiga cada vez mais. Fica claro para o espectador que a tal melodia tem a ver com a história sobre uma floresta misteriosa, que o pai de Elsa e Anna conta para elas quando são crianças. A Floresta dos Elementos, como é chamada, foi cenário de uma briga entre os guardas de Arendelle e o povo nativo, o que ocasionou a fúria dos espíritos, que fecharam a floresta. O pai das meninas só sobreviveu porque alguém o salvou, mas não se sabe quem. Esse flashback é a primeira cena da animação, e serve para nortear todo o resto da história.
Um acontecimento inesperado obriga os cidadães de Arendelle a abandonar o povoado, e faz com que Elsa não veja outra saída, além de seguir a voz. Partem nessa missão com ela Anna, Kristoff, Olaf e Sven. Chegando na tal floresta, Elsa consegue furar o bloqueio dos espíritos e faz com que o grupo entre. Lá eles encontram seres misteriosos e conhecem os nativos, além de reencontrar antigos conterrâneos. O cenário da floresta é lindo, e bem diferente do que vimos no primeiro filme, que era praticamente tomado pelo gelo. Conforme a história vai se desenrolando descobrimos a origem da família das irmãs, bem como de onde vieram os poderes de gelo que Elsa carrega. A revelação de quem é a melodia misteriosa, e do fato que culminou no conflito entre as forças de Arendelle e os nativos, são o grande plot twist do filme. O enredo é fechado e não há furos na história, fica claro que os roteiristas pensaram nos mínimos detalhes da continuação, não a tornando desnecessária.
O alívio cômico fica por conta de Olaf, Kristoff e Sven. O primeiro diverte o público com suas curiosidades e seu jeito peculiar de contar histórias, enquanto Kristoff só se atrapalha na hora de pedir Anna em casamento. Ele conta com a ajuda de sua rena, Sven, mas suas trapalhadas tornam o filme mais leve e garantem ótimas músicas.
Ah, as músicas, como poderíamos deixar de falar delas? Depois do sucesso do hit Let it Go, do primeiro filme, parecia impossível conseguir replicar tal feito, mas a Disney conseguiu. As músicas feitas para Frozen 2 são um espetáculo a parte e se integram totalmente na história, dando o tom necessário para diversos momentos dos personagens. Os destaques vão para Into the Unknown e Show Yourself, sérias candidatas ao Oscar de melhor canção original. Kristoff também ganhou uma canção solo nesse filme, divertidíssima, e que remete diretamente aqueles videoclipes bregas dos anos 80.
Por último, mas não menos importante, outro ponto que vale a pena ser ressaltado é a própria Elsa. A personagem mostra que não é só mais uma princesa da Disney, contrariando a regra, ela não precisa de nenhum interesse romântico para completa-lá, e muito menos de um príncipe encantado para um final feliz. O tal do felizes para sempre acaba não sendo o clichê que os contos de fada geralmente pregam. Elsa é uma super-heroína, com super poderes, de fato, mas acima de tudo completa.
Frozen 2 é a continuação ideal para uma história que já começou grande. Um filme divertidíssimo para as crianças, e com uma mensagem importante para os adultos, mas que com certeza fará todos cantarem juntos.