Crítica – Peaky Blinders – Temporada 5
Praticamente dois anos após o final de sua quarta temporada, Peaky Blinders, retorna em alto nível cercado por uma trama politica, ambiciosa, evoluindo o enredo e dando a Tommy Shelby (Cillian Murphy) desafios cada vez maiores.
A história segue Tommy Shelby e os Peaky Blinders em 1929, ano em que o mundo ficou a beira de uma colapso total, quando a bolsa de Nova York quebrou e levou milhares de pessoas ao redor do globo a perderem toda sua fortuna da noite para o dia, causando uma forte onda de desemprego. O evento deu inicio a um período chamado de A Grande Depressão.
É neste cenário devastador, que Steven Knight, criador e roteirista da série, inicia a premissa desta 5ª temporada. Para uma série que sempre conseguiu equilibrar bem ficção e vida real, este parece ser o ano em que mais se abraçou a realidade da época, afinal, cada acontecimento do final dos anos 20, é de extrema importância e afeta diretamente as convicções e a família de Tommy Shelby. O primeiro problema acontece quando Michael Grey (Finn Cole), enviado para cuidar das finanças em Nova York, não segue o planos, não vende as ações da bolsa e acaba por perder milhões com a depressão. De volta a Birmingham, cabe a Tommy encontrar novas formas de lucro para os negócios da família. Ainda no parlamento, Tommy é apresentado a figura de Sir Oswald Mosley (Sam Claflin), politico influente que se aproveita da situação do pais para criar um perigoso movimento, a União Britânica de Fascistas, e faz de tudo para ter o líder dos Peaky Blinders ao seu lado.
O quinto ano da série explora com inteligência vários problemas que Tommy deverá enfrentar, a divisão na família, causada pela ambição de Michael, a perigosa figura politica de Oswald Mosley, que se revela um antagonista a altura, Jimmy McCavern (Brian Gleeson), líder dos Billy Boys, gangue rival dos Peaky Blinders, que trabalha para Mosley, além é claro dos inerentes traumas da guerra, resgatados nesta temporada para mostrar o quanto Tommy e Arthur estão implodindo, a beira de um colapso com tantas batalhas a serem lutadas.
Ainda que a série mantenha sua formula original, o uso da figura real de Oswald Mosley, que de fato fundou um partido fascista que ficou amplamente conhecido por apoiar indivíduos como Benito Mussoline e Adolf Hitler, gera um sentimento de urgência para a derrota deste “vilão” por parte do expectador. Aqui, vale ressaltar o alto nível de atuação de San Claflin, que a cada discurso inflamado consegue mostrar o pior do movimento que causou tanto mau ao mundo, e também de Cillian Murphy, que em um verdadeiro baile de mascaras proposto pelo enredo, consegue dar conta de cada aspecto de seu personagem.
Pela primeira vez, uma temporada de Peaky Blinders não fecha seu plot em seu último capitulo, usando de um poderoso cliffhanger para uma conclusão em seu próximo ano. Que não tenhamos de esperar mais dois anos para conferir a sequência e explorar mais desta trama brilhante que a série conseguiu alcançar.