Crítica- It: Capítulo 2
Com o grande sucesso da primeira parte de It- A Coisa, a produção tomou a liberdade de se arriscar e também apostar em uma continuação grandiosa.
Em It- Chapter 2, nós reencontramos os personagens em uma versão adulta, mas ainda muito presos ao passado. Eles tem que voltar à Derry para poder de uma vez derrotar Pennywise e finalmente seguirem com suas vidas.
O começo do filme é empolgante e já introduz o palhaço de maneira horrenda.
Não é de se surpreender em ver como a maioria dos amigos do Clube dos Perdedores se tornaram na vida adulta. Beverly (Jessica Chastain), está com um homem abusivo, refletindo as atitudes de seu pai. Eddie (James Ransone), casou-se com uma mulher super protetora e sufocante, assim como era sua mãe. Ambas as personagens foram interpretadas pela mesma atriz (Molly Atkinson). Richie (Bill Hader) se tornou um famoso comediante e Bill (James McAvoy), um escritor e roteirista que usa sua vida de arrependimentos e traumas para escrever suas histórias.
Após o grande reencontro no restaurante chinês, os personagens acabam se separando para tentar resolver algumas pendências que ficaram no passado. É aí que a trama começa a ficar confusa e enrolada, mostrando muitos flashbacks desnecessários. O imenso número de acontecimentos não deixa o filme arrastado, mas sim redundante em algumas situações.
É importante reforçar que quando trata-se de It- A Coisa, estamos assistindo um terror sobrenatural com pitadas de humor ácido e alívios cômicos em momentos que podem ser julgados desnecessários. Isso continua com tudo no capítulo 2 e com cenas ainda mais exageradas.
Claramente pela diferença de 2 anos das filmagem, os personagens mirins cresceram um pouco e ficaram diferentes fisicamente. Para que isso não ficasse tão escancarado, usaram rejuvenescimento facial em alguns deles. Isso pode incomodar algumas pessoas, assim como os efeitos excessivos de CGI quando aparecem as alucinações estranhas e macabras. Novas criaturas imaginárias surgem nessa continuação e são ainda mais assustadoras. Assim como o palhaço Pennywise. Bill Skarsgård está ainda melhor e evoluiu seu personagem deixando-o mais debochado, sádico e perturbador.
Quem conhece a mini série de 1990 pode concordar que ganhou um trabalho de montagem bem interessante e um ótimo formato para filme. Isso acaba sendo esperado na nova versão, mas decepciona. A escolha de dividir o livro em duas partes só agregou para criar uma alta expectativa. Não só no grande elenco adulto, mas também na revelação da criatura no grande final, que não agradou nada na versão antiga.
O terceiro ato retoma o ritmo, que tinha se perdido no segundo e ganha um desfecho digno de um fechamento tão esperado.
Quem for assistir, vai tomar uma dose bem grande de Pennywise. O filme tem quase 3 horas, mas está do jeito certo para agradar os fãs que estavam ansiosos e com saudades do palhaço.