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Capitã Marvel – Crítica

Foram necessários 11 anos e 21 filmes, mas finalmente a Marvel cumpre com o prometido e apresenta ao grande público seu primeiro longa protagonizado por uma heroína. Com a expectativa de se tornar um ícone e ser um ponto de virada na vindoura batalha contra Thanos, Capitã Marvel trás o selo de aprovação de todas a produções Marvel, mas deixa a desejar na hora de mostrar originalidade e aquele algo a mais.

Na história, acompanhamos a história de Vers, ou Carol Danvers (Brie Larson), uma desmemoriada agente da Starforce, força de elite do império Kree, que em uma missão para deter a raça rival Skrull, acaba sendo jogada no planeta Terra em pleno anos 90. Uma vez por aqui, a soldado começa a descobrir mais sobre seu passado e o acidente que a levou para o espaço. Entre tramas supostamente densas e fortes cenas de ação, com a ajuda de um jovial Nick Fury (Samuel L. Jackson), Danvers mergulha de cabeça nos mistérios de sua vida terráquea e na conspiração por trás da guerra entre Kree e Skrulls.

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Capitã Marvel, surge como a segunda produção “de época” do MCU, sendo o primeiro Capitão América: O Primeiro Vingador. Logo de cara, é preciso levar em conta a dificuldade em produzir este longa, após o arrebatador sucesso de Mulher Maravilha, da rival DC Comics / Warner, a Marvel passou a ter pressa em apresentar uma produção que tivesse tanta importância para as questões feministas, quanto Pantera Negra teve com as questões raciais. Além disso, esta é provavelmente a produção que mais precisa de referências passadas para compreender a trama, logicamente tirando Guerra Infinita da equação. A audiência mais ligada, vai rapidamente perceber aparições familiares como de Ronan, O Acusador (Lee Pace) e Korath (Djimon Hounsou), ambos já deram as caras anteriormente em Guardiões da Galáxia, mas apenas os mais perspicazes vão perceber como estes personagens, e vários outros, caminharam deste ponto para onde os encontramos no futuro.

Antes mesmo de confirmarem Anna Boden e Ryan Fleck como a dupla de diretores do longa, Brie Larson já tinha contrato assinado e a ideia de introduzir um jovem Nick Fury na trama também ganhava força dentro do estúdio, e a decisão não poderia ser mais acertada. A química na atuação de ambos é latente, transborda pela tela e cativa o espectador logo de cara. O estilo buddy cops, popular nos anos 90, cai como uma luva na trama e não tem vergonha de se aproveitar dos bons momentos dos atores em cena. No quesito atuação, ainda vale o destaque para Ben Mendelsohn, que da vida ao Skrull Talos e  Lashana Lynch que interpreta magistralmente a melhor amiga de Danvers, Maria Rambeau. Já Jude Law, que interpreta Yon-Rogg, mentor e superior de Carol, parece pouco a vontade no papel. Levemente travado, com o passar do tempo é fácil notar que o ator não chega a surpreender, mas isso esta longe de comprometer o longa.

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Se por um lado, atuação e produção empolgam e animam o público, a direção e o roteiro falham em mostrar o porque devemos prestar a atenção em Capitã Marvel. Não se deixem enganar, o filme é sim muito competente, mas atua dentro de uma zona de segurança muito ampla, sem se arriscar. Muitos vão dizer que o roteiro é “redondinho”, e de fato é! Mas este não deveria ser um longa nos moldes de Homem Formiga, o peso desta produção é diferente, seja para o Universo Cinematográfico, ou mesmo para o ambiente social real em que vivemos. Esta não é “apenas” mais uma peça no caminho para Os Vingadores: Ultimato. Faltou inspiração, faltou assinatura, a única coisa que difere esta produção de outras mais relevantes da Marvel, esta no fator direção. A personalidade que Jon Favrou colocou no primeiro Homem de Ferro, que Ryan Coogler colocou em Pantera Negra e que James Gun colocou em Guardiões da Galáxia foi o que tornou estes longas tão aclamados pelo público e pela crítica, foi o que consolidou o gênero de super – heróis nos cinemas e é este espirito que Capitã Marvel não tem.

É preciso notar que talvez já não baste mais apenas fazer um filme bom. Pela primeira vez, esta mesma Marvel, conseguiu que um filme deste nicho figurasse entre os melhores do Oscar. Isso não é pouca coisa, é preciso querer sempre mais e fazer sempre mais. Como o lema da própria Capitã Marvel diz, é preciso ir: “Mais alto, mais longe, mais rápido!“.

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