Crítica – Homem Aranha no Aranhaverso
“A pessoa que ajuda as outras porque isso deve ser feito, e porque é a coisa certa a se fazer, é sem dúvidas uma super-heroína.”.
Stan Lee.
A frase de icônico Stan Lee, exemplifica bem o que é ser herói, existem algumas regras, quando se resolve falar ou fazer um filme sobre o Homem Aranha. É preciso saber que ele não é um herói como os outros, o Aranha funciona bem como um retrato de como seria se um de “nós”, ganhássemos poderes da noite para o dia. Como seria conciliar o colégio e a adolescência com a vida de super herói. Mas acima de tudo, como seria nunca desistir, sempre se levantar, não importando o tamanho do inimigo. Talvez essa seja uma mensagem muito difícil para um figurão de Hollywood traduzir em um roteiro e depois transpor tudo para um filme. Mas é justamente aí, que Homem Aranha no Aranhaverso se destaca, ao acertar em cheio no que representa esse herói.
No longa, acompanhamos a vida de Miles Morales, (Shameik Moore), vivendo em uma realidade com um já, herói consagrado, Homem Aranha, Morales acaba picado por uma aranha radioativa da Alchemax e ganhando os mesmos poderes do Aranha original. Ainda sem saber lidar muito bem com suas habilidades, Miles acaba descobrindo o plano do Rei do Crime que consiste em abrir um portal entre dimensões. A partir daí, a trama apresenta vários outros Aranhas de realidades paralelas e apenas juntos, eles conseguirão acabar com os planos do vilão.
Todo um enredo envolvendo realidades paralelas e o Multiverso, pode soar um pouco pesado para aqueles que não tem intimidade com os quadrinhos, entretanto, o longa aborda o tema com leveza e maestria, explicando tudo de maneira direta e simples. O fato da própria história correr ao redor do tema, também ajuda o roteiro a ganhar tempo para esclarecer qualquer dúvida que possa ficar pelo caminho. Outro ponto positivo a se notar esta na abordagem de Miles e sua jornada como herói. Aqui todas as “regras” para se falar de Homem Aranha são seguidas, tanto na comédia quanto em momentos mais dramáticos, o filme consegue destrinchar todas as facetas do herói e apresenta-las de maneiras nunca antes vistas, emocionante e visceral.
Toda essa ação, exprime a necessidade de ser apresentada de maneira digna, e aí entra a parte da animação em si. Tomada por um viés inovador e único, todos os efeitos tratam de levar ao pé da letra o termo “adaptação de quadrinhos”, note que não estamos diante de páginas simplesmente animadas, mas de uma real adaptação que explora cada detalhe de seu material original.
Chegando a televisão em meados de 67 e com 8 filmes, sendo seis como protagonista, o público pode estar até cansado de ver mais uma história de origem do Homem Aranha, mas pode-se falar com tranquilidade, nenhum filme tratou tão bem o Cabeça de Teia como essa animação.
O longa ainda deixa uma pontinha para uma possível sequencia, resta aguardar e conferir.