Review – Valerian HQ
Fruto da imaginação sem igual de Jean Claude Mézières e Pierre Christin, Valerian nos leva a uma viagem sem igual para um surpreendente futuro, habitado por raças alienígenas e tecnologias sem igual.
Situada em 2720, mas escrita originalmente em 1967, a HQ vai fundo na ficção cientifica, mas mais do que se fechar em um gênero especifico, por melhor que seja, Valerian faz questão de deixar um sub texto repleto de significado, mostrando que definitivamente é um trabalho além de seu tempo. Com sua chegada ao cinema, em um longa estrelado por Dane DeHaan e Cara Delavigne, dirigido por Luc Besson, coube a SESC-SP o trabalho (e que trabalho bem feito heim!?) de trazer a obra original à terras tupiniquins. Este primeiro volume, de uma vindoura série de 7, traz 4 histórias, incluindo a que foi adaptada para o cinema.
O primeiro título se chama Os Maus Sonhos, e serve como uma boa apresentação, tanto ao estilo do quadrinhista como ao personagem e o seu “mundo”. Na história, acompanhamos Christin Valerian, um oficial do espaço tempo, em uma missão que envolverá uma volta a era medieval para capturar um sabotador do futuro. Aqui já vale o destaque para como o universo de Valerian funciona, Um futuro tecnológico, onde boa parte da humanidade passa todo o tempo em um sono profundo, ignorando todo e qualquer problema ao seu redor. para tanto, existem “técnicos” que tratam de proporcionar apenas “bons sonhos” para essas pessoas. Apesar de Christin Valerian, funcionar como um “policial” do futuro, dede sua primeira aparição é nítida a pegada diferenciada que Jean Claude e Pierre, deram ao personagem, que além de imensamente inteligente, ainda é prático e esbanja charme e estilo com seu conhecimento e estilo de vida considerado “retrô” para sua época. A aventura de Os Maus Sonhos, ainda apresenta uma importante personagem, Laureline, que no futura acompanhará Christin em suas missões.
O segundo e o terceiro título, se completam em uma mesma história.A Cidade das Águas Movediças e Terras em Chamas trata mais uma vez de viagem no tempo, desta vez para a Nova York dos anos 80, onde, naquela realidade, foi a ápice de uma guerra nuclear que devastou o planeta. Aqui a crítica pesa a mão ao mostrar como as pessoas do futuro enxergam esse momento da história, chegando a dizer claramente que o momento foi o culminante para a ignorância da humanidade. Enquanto nos acostumamos com o estilo heroico / galanteador de Christin, somos apresentados a um belo desenvolvimento de Laureline. A garota que deixou claro não pertencer a idade média, parece se adaptar facilmente ao futuro, enquanto faz questão de deixar o esteriótipo de “dama em perigo” para trás e muitas vezes sendo fundamental para a resolução dos problemas.
Já no terceiro e último título, O Império dos Mil Planetas, Mézières e Christin, perdem qualquer resquício de receio de ousar e entregam, aí sim, um grande ficção cientifica. No longínquo ano de 2720, o “presente” da HQ, Valerian e Laureline precisam investigar um perigoso avanço tecnológico de um certo planeta, que pode colocar em risco os domínios da Terra e de seus aliados. Talvez a melhor história do álbum, que serve de base para sabermos como poderia ter sido melhor a adaptação cinematográfica.
Como um todo o copilado empolga e muito, além de mostrar para uma geração que pode não ter tido acesso antes, o por que este é o título considerado um marco da ficção cientifica no mundo das HQs.