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Crítica: A Forma da Água

Um dos filmes mais bem falados desse ano é A Forma da Água, um filme de Guillermo Del Toro, que sem perder seu toque consegue criar um romance original que certamente agradou muito a Academia. Ele estreia aqui no Brasil dia 1º de fevereiro.

A história se passa na década de 60 durante a guerra fria. Elisa, uma zeladora que trabalha em uma base secreta dos Estados Unidos, descobre que lá escondem uma criatura aquática humanoide. 

A personagem desajustada do mundo, desde o começo aparenta ser diferente, não apenas pelo fato de ser muda, mas também por ter se conectado tão rápido com o ser misterioso sem aparentar ter nenhum medo dele. Eles escutam música juntos, comem, aprendem a se comunicar e vão construindo uma relação de amor. É impressionante como eles se conectam.

Em uma mistura de Bela e a Fera com O Mostro da Lagoa Negra, o diretor Guillermo Del Toro declara mais uma vez sua paixão por monstros construindo uma criatura excepcional. O trabalho de maquiagem é impecável. Claramente faremos ligações com um personagem mais antigo, Abe Sapien, que já foi mostrado em Hellboy, outro filme do diretor. A nova criatura é uma versão de Abe mais elaborada fisicamente e menos civilizada, mostrando bastante seu lado selvagem.

Del Toro coloca um toque picante na trama, que até pode parecer estranho no começo, pois além do amor, é mostrado que também existe uma atração física pelo ser aquático humanoide. O trabalho se torna original pelo modo que a narrativa é contada, pois já vimos em outros filmes e livros personagens aparentemente diferentes se apaixonarem.

Todos os personagens são bem construídos com ótimas atuações. A atriz Sally Hawkins (Elisa) impressiona com a atuação, conseguindo trazer emoções e sentimentos sem falar nenhuma palavra. Sua amiga, Zelda, interpretada por Octavia Spencer faz o papel da amiga protetora, bem tagarela e divertida.

A forma da água pode parecer um conto de fadas, mas vai além contando uma história de fantasia mais séria e pesada e com um toque sombrio, que já é marca registrada do diretor. A trama é equilibrada e mostra um lado mais sensível de Del Toro com momentos calmos e belos em contra ponto a momentos de tensão, violência e sangue.

 

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