Crítica: Maze Runner – A Cura Mortal
Maze Runner: A Cura Mortal marca o fim da modinha das sagas juvenis que se passam em um futuro distópico. Aquilo que praticamente se iniciou com Jogos Vorazes se estendeu a mais alguns filmes, mas nenhum chegou ao sucesso da franquia protagonizada por Jennifer Lawrence.
Na trama, Thomas (Dylan O’ Brien) embarca em uma missão para encontrar a cura para uma doença mortal e descobre que os planos da C.R.U.E.L podem trazer consequências catastróficas para a humanidade. Agora, ele tem que decidir se vai se entregar para a C.R.U.E.L e confiar na promessa da organização de que esse será seu último experimento.
O filme é recheado de cenas tensas, repletas de ação, perseguições frenéticas, fugas milagrosas e diversas explosões. A primeira sequência já começa injetando adrenalina no espectador sedento por essa ação. Em Maze Runner: A Cura Mortal os jovens heróis sempre estão em perigo, mas é raro ver as armas das cenas ferindo alguém. Ao mesmo tempo que afasta a violência, há uma tentativa de manter a adrenalina e a atenção do público.
Abusando de um roteiro fácil, onde os personagens sempre conseguem escapar sem esforço das dificuldades impostas pelo próprio texto, Maze Runner: A Cura Mortal possui uma série de conveniências que apenas abreviam as situações, e essa estratégia aparece em praticamente todos os momentos dramáticos. Os personagens são colocados em alguma situação extrema, o perigo fica frente a frente deles e no final das contas algum fato quase aleatório surge para salvá-los. Com isso, a ficção acaba perdendo credibilidade, pois sempre parece haver uma brecha para solucionar qualquer problema apresentado.
O capítulo final da trilogia conta com um alto nível de dramaticidade, quando comparado com os filmes anteriores. Personagens como Newt acabam ganhando destaque por conta disso. O elenco feminino não se sobressai muito. Brenda tem sua chance de brilhar, mas o roteiro não lhe dá espaço. Teresa, por sua vez, funciona nas cenas em que está ao lado de Thomas. O’Brien nos dá mais uma prova de seu enorme talento. Não é fácil carregar uma franquia nas costas, principalmente quando a mesma se baseia praticamente em um personagem.
O grande ponto negativo do elenco está nos antagonistas. Uma vez que a imagem de Ava como a responsável por tudo é trabalhada desde o começo, mudar e resolver tudo em cinco minutos ficou extremamente vago. Janson (Aidan Gillen) não consegue convencer como o vilão que o filme precisa. Não há dúvidas de que o elenco jovem é a grande atração da trilogia, mas um bom vilão é sempre bem-vindo.
O terceiro filme proporciona um final digno para a série. Recheado de ação e revelações surpreendentes, a produção irá agradar – e muito – os fãs. O diretor Wes Ball soube desenvolver a história e direcioná-la para que acabasse da melhor maneira possível, apesar de alguns furos de roteiro e lacunas na trama. Maze Runner: A Cura Mortal foi o melhor desfecho que a trilogia poderia ter.